Uma tempestade de poeira tomou conta de parte da cidade de Franca, no interior de São Paulo, na tarde deste domingo (26). Segundo a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do município, que fica a cerca de 400 km da capital, não houve registros de pessoas feridas.
De acordo com os relatos, a nuvem começou por volta das 17 horas e cobriu a boa parte da cidade, principalmente nas proximidades da SP-334, uma das principais vias de chegada e saída da cidade, em direção a São Paulo. Moradores nas redes sociais chegaram a comparar o clima com cenário de deserto.
Depois de quase uma hora, uma chuva caiu sobre Franca e ajudou a dissipar a nuvem de poeira.
Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul, o fenômeno é comum em países da Ásia, onde é conhecido como “haboob”. Ele é causado por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação, os quais acabam criando um “rolo compressor” de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.
“Primeiro, vem a nuvem de temporal e tempestade, que gerou a corrente de vento mais horizontal e bagunçou todos esses detritos. Como faz meses que não chove naquela região, tem muita poeira, o solo e a vegetação estão secos, e as queimadas também contribuíram”, explica Estael.
Os satélites do Instituto Nacional de Meteorologia mostraram que o município de Franca registrava ventos intensos de até 60 quilômetros neste domingo, 26. A região também estava sob alerta de tempestades com até 30 milímetros de chuva por hora e risco de granizo, como o que atingiu partes da capital paulista na véspera, estragos em plantações, queda de galhos de árvores e de alagamentos.
Apesar de Estael explicar que este é um evento natural devido às condições do clima, ela também aponta que ele é mais característico de países da Ásia e não tão comum ao Sudeste do Brasil.
Entretanto, ela diz que o fenômeno tem uma forma de se dissipar sozinho: “O vento que segue da tempestade vai ajudando a espalhar mais essa areia e ela se dissolve, como o processo do nevoeiro, que é lento mas ajudado pelo próprio vento”.
Moradores das cidades afetadas publicaram nas redes sociais vídeos com o fenômeno. Veja abaixo:
Fonte: Exame I Foto: Reprodução Twitter/Exame