O custo das internações por arma de fogo

saúde

• Quanto custam as armas ao SUS • Por que clientes de planos privados estão fazendo menos exames • Medicina e inteligência artificial • Vacina de covid será distribuída anualmente • Como resolver o problema do saneamento • Profissão: sanitarista •

O Instituto Sou da Paz publicou um estudo em que é revelado que o valor gasto por internação fruto de disparo de arma de fogo é três vezes superior ao gasto estatal per capita para o SUS. Apesar da queda registrada desde 2018, quando a taxa de homicídios, ainda estratosférica, começa a apresentar uma queda, a pesquisa elucida os custos invisíveis da violência estrutural do país. Além disso, oferece subsídios para os críticos da facilitação ao porte de armas – uma vez que em regiões onde suas vendas subiram, o número de internações por ferimento à bala também esteve acima da média nacional. Os dados foram obtidos por meio do Sistema de Internações Hospitalares e abrangem um período de 15 anos, entre 2008 e 2022.

Queda em indicadores de cuidado na saúde suplementar

Dados levantados pelo Instituto de Estudos em Saúde Suplementar mostram um dado contraditório nos cuidados em saúde da rede privada. Apesar do aumento de usuários de seguros registrado nos últimos anos, houve queda de alguns indicadores, como exames de mamografia em mulheres e internações em geral. Ao Estadão, especialistas levantaram hipóteses, desde sobrecarga mental de questões de saúde após a pandemia – o que teria criado uma certa aversão a consultórios médicos – ou mesmo uma perda de hábitos de saúde, depois do período de isolamento social. As consequências tendem a aparecer em dado momento, uma vez que especialistas já alertaram que o atraso em exames e rastreamentos tende a aumentar o número de doenças e mortes evitáveis na sequência. Caberia também questionar o possível papel da cultura anticientífica e da precarização da vida, com aumento das jornadas de trabalho após período de forte crise econômica, como fatores que geraram retrocesso nos cuidados em saúde.

Como regulamentar o uso de Inteligência Artificial?

O manancial de possibilidades geradas pela inteligência artificial na ciência e na medicina segue (e seguirá) a gerar grandes debates nas comunidades de pesquisadores e profissionais. Como mostra esta matéria do NY Times, apesar de aumentar em muito a possibilidade de analisar dados, oferecer opções de tratamentos ou desenvolver novos fármacos, a inteligência artificial não pode ser tratada como infalível. Além disso, seu uso para decisões médicas e laboratoriais precisará evoluir em suas formas de avaliação e regulação. Isso porque a Food and Drug Administration (FDA, agência reguladora norte-americana) avalia produtos que serão postos à venda e consumidos de forma direta pelo público, mas não parece ter estrutura suficiente para acompanhar a velocidade das novidades em IA e sua implantação. Ferramentas tecnológicas são aprovadas, mas os especialistas questionam a capacidade de o FDA analisar seu desenvolvimento, métodos de pesquisa e aprovação de forma realmente profunda. “Se realmente quisermos garantir esse equilíbrio certo, teremos que mudar a lei federal, porque a estrutura em vigor para usarmos essas tecnologias tem quase 50 anos”, disse Jeffrey Shuren, diretor do órgão de governo.

Vacina anticovid incluída no calendário de imunização

Uma semana após lançar o Programa de Popularização da Ciência, que tem em sua pauta o combate à desinformação científica, o Ministério da Saúde oficializou a inclusão da vacina contra o coronavírus no Programa Nacional de Imunização. Estará disponível para crianças de 6 meses a menores de 5 anos e a grupos com maior risco de desenvolver as formas graves da doença, como idosos, imunocomprometidos, gestantes e trabalhadores da saúde. Assim, garante-se uma estratégia duradoura de prevenção e combate à doença, que volta a mostrar dados de aumento de infecções nesta primavera marcada por fortes variações no clima. “Há um conjunto de doenças definidas dessa forma, como o sarampo, a coqueluche, a influenza e a covid-19 também passou a integrar o Departamento do Programa Nacional de Imunizações. A covid-19 é uma doença de constante monitoramento, requer atenção e por isso temos fortalecido as ações de prevenção por meio do Movimento Nacional da Vacinação”, explicou Ethel Maciel, secretária de vigilância em saúde e ambiente.

Especialistas sugerem sistemas alternativos de saneamento

Diante das metas de universalização do saneamento básico, estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento, e das dificuldades em se atrair o setor privado, ator privilegiado pelo texto da lei, para a tarefa, especialistas sugerem alternativas de menor custo. Suas opiniões foram ouvidas no seminário Sistemas alternativos em abastecimento e esgotamento sanitário: necessidade e oportunidade de investimento sustentável. O incentivo a sistemas de menor custo, como cisternas e fossas sépticas, além de adaptados às condições geográficas de cada local, podem ser alternativa para a realização deste fundamental objetivo da democracia brasileira. Reunidos na Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis, os estudiosos pretendem levar uma plataforma de projetos e investimentos ao governo federal.

Profissão de sanitarista é regulada

projeto de lei 1821/2021, apresentado por Alexandre Padilha, deputado federal e ex-ministro da Saúde, que reconhece a profissão de sanitarista, foi aprovado pelo senado no dia 24 de outubro e aguarda sanção presidencial. “Pela proposta poderão atuar como sanitaristas os graduados em saúde coletiva, pessoas com mestrado ou doutorado em saúde coletiva reconhecidos pelo Ministério da Educação, pessoas formadas no exterior com diploma revalidado no Brasil, pós-graduados de residência médica ou multiprofissional em saúde, especialistas em saúde pública ou coletiva e aqueles que comprovem o exercício da atividade profissional correlata no período mínimo de cinco anos até a data da publicação da lei”, explica o site da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, a Abrasco. O sanitarista não é necessariamente alguém com formação médica, mas alguém capaz de fazer pesquisas, relatórios, funções administrativas e definição de estratégias de promoção da saúde e políticas públicas.

Fonte: Outra Saúde / Foto: Pexel

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *