Uma estrutura planejada para revelar outras “Formigas”, “Martas” e “Cristianes” em todos os cantos do Brasil
Enquanto aguardam a definição da FIFA sobre a escolha do país que vai sediar a próxima Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 2027, os brasileiros torcem pela possibilidade de mostrar ao mundo como a modalidade avançou nos últimos anos e se tornou uma potência capaz de revelar talentos, encher estádios, mudar hábitos do torcedor e transformar o sonho de muitas meninas em realidade.
O Brasil planeja utilizar a Copa do Mundo Feminina como uma plataforma para promover a igualdade de gênero e impulsionar o desenvolvimento do futebol feminino.
Uma das variáveis desse plano é o aumento do investimento no futebol feminino em todas as áreas, desde a base até o profissional. Isso inclui apoio financeiro para programas de desenvolvimento de talentos, treinamento e capacitação de mulheres nas diferentes áreas de atuação do futebol, promoção da inclusão de mulheres em cargos de liderança no futebol, em federações, clubes e organizações esportivas.
Se no passado as mulheres eram proibidas de praticar futebol, no presente elas lutam para diminuir a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres. Por 41 anos, as brasileiras não puderam praticar a modalidade, pois ela estava na ilegalidade para elas, e isso atrasou o desenvolvimento do futebol feminino. Por isso, é fundamental que o Estado brasileiro tenha medidas de incentivo à prática para mais valorização e popularização do futebol praticado por meninas e mulheres.
Estratégia para o futebol feminino
O Ministério do Esporte criou em 2023 a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino. Ela foi assinada pela então ministra do Esporte, Ana Moser, e pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na ocasião do Tour da Taça da Copa do Mundo Feminina da FIFA, evento que foi realizado de 20 de julho a 20 de agosto na Austrália e na Nova Zelândia.
Em seu discurso, o presidente Lula enfatizou: “Não existe outro caminho para a humanidade se não formos tratados como iguais, não fazendo a discriminação que é feita hoje junto às mulheres em muitas atividades, inclusive no esporte. Uma coisa importante é que nós estamos assinando um decreto para estabelecer a estratégia do esporte feminino, do futebol feminino.”
Muitas conquistas e ações já foram realizadas. A estratégia pretende ser um legado antecipado do futebol feminino, com ações para o fomento do esporte de base, passando pelo incentivo a mais profissionais da área como técnicas e juízas, até a realização de campeonatos regionais, nacionais e mundiais, como a Copa de 2027.
Diagnóstico do futebol feminino no Brasil
O texto da estratégia elaborou um diagnóstico da situação atual do futebol feminino no país, e um Plano de Ações até 2025 que integre a equidade de gênero, o combate ao racismo, à misoginia e a redução das desigualdades sociais. O Diagnóstico do Futebol Feminino do Brasil, de agosto de 2023, concluiu que a modalidade ainda é predominantemente amadora no país.
De acordo com ele, apenas 19,2% das atletas possuem vínculo profissional, enquanto 4,9% têm contrato de trabalho temporário e 1,2% contrato de formação. Outro fator importante é que 47,9% de jogadoras não recebem qualquer valor a título de salário ou ajuda de custo.
MEsp e parceria com o Sesi
A Estratégia Nacional para o Futebol Feminino lançou o marco de suas atividades em agosto de 2023, na cidade de São Paulo. A primeira iniciativa contou com a parceria do Ministério do Esporte, do Conselho Nacional do Sesi e Sesi-SP. Foi assinado um acordo de cooperação para o desenvolvimento do futebol feminino. Estão disponibilizados 11 núcleos nas unidades do Sesi-SP (Campinas, Itú, Jaú, Limeira, Matão, Mauá, Osasco, Rio Claro, Santos, São Carlos e Tatuí) para a prática do esporte para meninas e adolescentes de forma gratuita. Atualmente, 1.519 alunas são atendidas, sendo 1.271 do programa de iniciação esportiva e 248 alunas nas equipes sub-12 e sub-14, de 12 a 16 anos.
Brasileiro de futsal
Em novembro de 2023, foi realizado o 1º Campeonato Brasileiro de Futsal Escolar Sub-17, em Salvador, com a 1° e 2° divisão feminina. A competição escolar foi organizada pelo Ministério do Esporte, com a parceria da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) e da Federação Baiana de Futebol de Salão (FBFS).
Centro de Futebol Feminino
Já em 2024, foi inaugurado o primeiro Centro de Desenvolvimento do Futebol Feminino (CDFF) do Brasil, em Porto Alegre. O secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, Athirson Mazolli, esteve presente na cerimônia. A ação teve aporte financeiro do Governo Federal de R$ 200 mil e contribuição de R$ 2 mil por parte da prefeitura. O Centro atende 120 meninas, e fornece equipamentos e um ambiente esportivo para adolescentes de 13 a 17 anos.
Por: Ministério do Esporte / Agência Gov | Via MEsp