O símbolo da promiscuidade entre a religião e política sem pudor

colunistas News

por Waldeck Alves – Domingo, 24 de julho de 2022

A Marcha para Jesus realizada em Vitoria ( ES) com réplica de arma gigante é um termômetro assombroso da condição da Igreja evangélica no Brasil . É um símbolo da promiscuidade entre a religião e política sem pudor , sem rodeios . O sagrado e profano juntos e misturados sem crise de consciência em “nome de Jesus “ .

Uma promiscuidade que revela o quanto o nominalismo religioso , a apostasia foi sendo moldada em nome da defesa dos valores da fé cristã .

O símbolo da agressão , da violência contra o valor sagrado da vida , do poder do mais forte em relação ao mais fraco naturalizado em um evento que tem ao mesmo tempo a
mensagem do Cristo da paz . Quanto engano .

O evangelismo das bem aventuranças , dos pacificadores , dos mansos , do apreço aos mais vulneráveis , se transformou no Bolsoevangelismo sectárista da legitimidade de uma cruzada contra os infiéis partidários .

Quem ler a História da Igreja fica como sobreaviso o desfecho de momentos assim . A coisa não acaba bem .

Tenho certeza que fotos assim não representa o movimento evangélico por inteiro , que está rachado e dividido politicamente com sequelas profundas e que vai demorar para cicatriza-las .

Lembrando que o posicionamento político A ou B do Cristão é direito de cada um , o que é inaceitável é vender a alma do evangelho em nome de um projeto político partidário . É legitimá-lo com Bíblia , púlpito , hermenêutica e teologia . Isso tem preço .

O silêncio da conivência , a naturalização de um processo de promiscuidade ou uso da Bíblia para apoiar tanta blasfêmia em nome de Jesus tem um mesmo contorno : ser evangélico no Brasil de hoje não quer dizer mais nada em termos de ser seguidor do Jesus Bíblico .

Somente a Deus a Glória

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