Ópera sobre paixão proibida de freira portuguesa tem 1ª apresentação ao público no Brasil

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A CNN conversou com o maestro da Orquestra Petrobrás Sinfônica, Isaac Karabtchevsky, e com soprano portuguesa Carla Caramujo, que se apresentarão no Theatro Municipal do Rio

A orquestra Petrobras Sinfônica faz, nesta sexta-feira (28), a primeira apresentação aberta ao público no Brasil da Ópera “Cartas Portuguesas: Monodrama para Soprano e Orquestra”, de João Guilherme Ripper.

A obra conta a história da freira portuguesa Mariana Alcoforado (1640-1723), que relatou em cinco cartas, sua paixão por um oficial francês. Esses documentos foram publicados em Paris, em 1669, sem autorização da religiosa, com o título “Lettres d’amour d’une religieuse Portugaise écrites au Chevalier de C. – Officier François en Portugal”.

A apresentação terá regência do maestro brasileiro Isaac Karabtchevsky e participação especial das sopranos Carolina Morel, Michele Menezes e Sophia Dornellas, além da solista portuguesa Carla Caramujo.

Para o maestro, a ópera “Cartas Portuguesas” está entre as de maior destaque da cena lírica.

“A obra apresenta a relação conturbada de Mariana Alcoforado com seu amante e mergulha num universo de paixões e amores não correspondidos”, ressalta.

Segundo o compositor brasileiro João Guilerme Ripper, durante uma visita ao Convento de Nossa Senhora da Conceição, em Beja, município de Portugal, ele conheceu a história da freira e decidiu compor “Cartas Portuguesas”, que foi finalizada em 2018, por encomenda da orquestra Gulbenkian, de Lisboa, local de sua estreia mundial.

No Brasil, a obra só tinha tido apresentações fechadas ao público na Sala São Paulo e na Sala Minas, em 2020 e 2021, durante a pandemia.

“É uma imensa alegria ter ‘Cartas Portuguesas’ finalmente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o querido maestro Isaac Karabtchevsky regendo a Orquestra Petrobras Sinfônica e a soprano Carla Caramujo no papel de Mariana Alcoforado”, comemora Ripper.

Junto com a ópera, haverá a execução da “Sinfonia n° 4, em Sol Maior”, do compositor tcheco Gustav Mahler. Segundo o maestro, as duas obras se complementam por darem “ênfase à figura da cantora principal que, na obra de Ripper, evoca amores e traições terrestres, e, na peça de Mahler, as delícias do Paraíso. Ao inserir as duas obras num mesmo programa, com a mesma solista, a soprano portuguesa Carla Caramujo, cria-se um elo profundo e uma relação, ainda que tecnicamente bem diferenciada, entre os dois compositores”.

A soprano Carla Caramujo falou sobre sua emoção de se apresentar ao lado da orquestra.

“É uma grande honra estar com a Orquestra e o maestro Isaac em obras pelas quais tenho especial carinho. A Sinfonia Nº 4 de Mahler é uma das minhas composições favoritas e uma grande fonte de inspiração. ‘Cartas Portuguesas’ me emociona muito, não apenas pela escrita belíssima do autor, mas pela complexidade da personagem, a freira Mariana Alcoforado, autora de algumas das cartas de amor mais famosas da literatura europeia”, conta a solista.

Serviço:

Orquestra Petrobras Sinfônica

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, S/N – Centro)

Data: sexta-feira (28), 19h

Ingressos: https://theatromunicipalrj.eleventickets.com

Fonte: CNN Brasil

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