O governador Jerônimo Rodrigues “correu trecho” e visitou diversas cidades baianas desde a última quarta-feira, quantos os festejos de São João se intensificaram. Depois dos anos de Rui Costa e uma espécie de aversão a essa tradição de pular a fogueira em diversos municípios, Jerônimo retoma a normalidade de um governador que aproveita a festa que pode reinar para fazê-lo, sem nenhum tipo de concorrente político.
Naturalmente, uma tradição que se desenvolve em diversos cantos da Bahia tem um potencial importante para quem está em uma função estadual ou precisar angariar votos em mais de uma cidade. Por isso vemos, entra ano e sai ano, os postulantes a deputado fazendo périplos durante os festejos para se manter conectados as bases. Jerônimo, em seu primeiro ano como governador, já não precisaria ter uma agenda tão intensa pelo interior, já que ainda se mantém em alta com o eleitorado. Não foi o que se viu. De cidade em cidade, ele aproveitou para reforçar que estava ali, simbolizando o Estado e valorizando a cultura local.
E há outro aspecto a se destacar: ele não viu coloração partidária ao escolher os municípios. Cruz das Almas e Santo Antônio de Jesus, por exemplo, não estão sob o comando de aliados e, durante a campanha de 2022, os prefeitos fizeram campanha contra o petista. É um ponto bem fora do padrão, especialmente em um contexto em que o ex-governador Rui Costa visitava bem menos cidades e, quando o fazia, era restrito a espaços preenchidos por aliados. Ou seja, temos um caminho diferente percorrido pelo sucessor de Rui e que deve se repetir nos próximos anos, reinaugurando a versão de um governador que aproveita uma tradição popular – lembrando que o próprio Jerônimo já tinha dado um tom semelhante na Lavagem do Bonfim.
Apesar de, no Carnaval, o próprio governador ter dito que o vice Geraldo Jr. seria o coordenador também do São João, foi Jerônimo quem concentrou todo o protagonismo dentro do campo político agora no período. Já seria difícil para alguém fora do poder conseguir se destacar nos festejos juninos, mas o chefe do Executivo facilitou a vida dos assessores ao tomar para si o papel central de destaque. Não foi o Rei do Milho, como as tradições juninas poderiam sugerir, mas foi a figura que reinou absoluta no noticiário baiano.
Fonte: BN