Estudo do Banco Mundial calcula que até 2035 a obesidade infantil pode atingir um custo anual de US$4 trilhões, cerca de 2,5% do PIB mundial.
“Os custos são incompreensíveis e uma boa razão para defender que quaisquer recursos alocados para uma estratégia abrangente de obesidade são investimentos e não custos”, afirmou Johanna Ralston, diretora da Federação Mundial da Obesidade, que tem parceria com a OMS. Reportagem da Stat News informa que nenhum país registra declínio em suas taxas de obesidade desde 1975, o que se reflete em uma quantidade imensa de doenças e mortes evitáveis. No Brasil, há estimativa de que até 35% das crianças sejam obesas em 2035. Como mostrou Outra Saúde, as razões para o fenômeno são múltiplas e sua reversão exigiria mudanças profundas em nosso modo de vida – a começar pela redução no consumo de alimentos ultraprocessados.
Um terço da população tem o SUS como opção única
O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde publicou que 34% dos brasileiros, espalhados por 1.915 municípios, têm acesso a serviços de saúde exclusivamente por meio do SUS. Mais de 90% destes municípios têm menos de 20 mil habitantes e os serviços disponíveis se concentram em atenção básica. “Os serviços privados só atuam mediante interesse econômico e praticamente não estão disponíveis em municípios de baixa renda. Assim, o caráter universal do SUS se torna ainda mais importante, principalmente, para quem mais precisa. Necessário lembrar que a Enfermagem responde por aproximadamente 59% da força de trabalho desses serviços”, explica Betânia Santos, do Conselho Federal de Enfermagem.
Anvisa aprova nova vacina contra a dengue
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou, no final da semana passada, o registro de uma nova vacina preventiva contra a dengue – e a segunda do tipo aprovada contra a doença. O imunizante chama-se Qdenga, da farmacêutica Takeda Pharma, e é composto por quatro tipos diferentes do vírus que causa a doença. Segundo o órgão do governo, a nova vacina poderá ser utilizada por crianças acima dos 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos e será aplicada em duas doses com intervalo de três meses entre elas. A eficácia da avaliação clínica foi de 80, 2% nos 12 meses após a imunização. A Qdenga foi bem avaliada também pela EMA, a agência sanitária europeia, e surge em um momento delicado: 2022 foi marcado pelo aumento dos contágios pelo vírus em todo território.
“Responsabilidade” fiscal deixa SP sem ações de combate a epidemias
Fruto da visão neoliberal de administração pública, a lei 17.293, sancionada em plena pandemia, fatiou a Superintendência de Controle de Endemias, realocada por diversos órgãos da secretaria de Saúde. “Hoje, as atividades que eram da Sucen estão em um limbo. Não é possível começar pesquisas novas. É como se estes pesquisadores e todos os laboratórios, legalmente, não existissem, o que compromete a compra de insumos e de equipamentos, a prestação de contas”, diz Patricia Bianca Clissa, presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo – ApqC, que também alega que trabalhos distintos que interagiam entre si acabaram perdendo importante pontes com a separação dos servidores. Como mostrou o Estadão, os cortes emperram pesquisas e monitoramento sobre doenças já conhecidas que incidem na população e bloqueiam a entrada no setor de novos pesquisadores.
Ipea: Brasil tem 2 estupros por minuto
Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reforçou a realidade preocupante da violência sexual no país, que afeta principalmente as mulheres: são 822 mil estupros por ano, o que equivale a dois por minuto. A pesquisa utilizou dados da Pesquisa Nacional da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE), e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do ministério da Saúde, com 2019 como ano de referência. As estatísticas mostram também que a maior quantidade de estupros ocorre com crianças de cerca de 13 anos. Outro dado que foi possível de ser calculado diz respeito a proporção dos casos de estupro que não são identificados pela polícia ou pelo sistema de saúde: dos 822 mil por ano, apenas 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo SUS.
Cientista do Reino Unido defende vírus mata-bactéria para combater resistência de antibióticos
Martha Clokie, pioneira na pesquisa de bacteriófagos (fagos) na Universidade de Leicester, defendeu que o uso de terapias experimentais que utilizam vírus capazes de matar bactérias precisam ser ampliadas rapidamente dentro do National Health Sistem (NHS), o sistema público de saúde britânico. Essas terapias têm o objetivo de combater o agravamento da resistência de bactérias aos antibióticos resistentes – problema que vem sendo acompanhado com preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo Clokie, a abordagem sugerida está ajudando um número crescente de pacientes e pode se tornar um tratamento de rotina no futuro para condições como infecções urinárias crônicas e úlceras causadas por diabetes. Os bacteriófagos infectam células bacterianas e causam a sua morte, mas agem apenas em infecções específicas; portanto, poderiam – como já estão sendo em hospitais do Reino Unido – ser usados com sucesso em casos pontuais.
Fonte: Outra Saúde