Por Ricardo Thomé*
Concertos acontecem nos dias 3, 10, 17 e 31, no Centro Cultural Camargo Guarnieri, com entrada grátis
Vivaldi, Bach, Beethoven, Villa-Lobos, Luiz Gonzaga, Tom Jobim. Esses são alguns dos nomes que compõem o repertório dos concertos que a Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) vai apresentar em agosto. Ao todo, serão quatro espetáculos, nos dias 3, 10, 17 e 31. Os concertos vão ocorrer sempre às 16 horas no Centro Cultural Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária, em São Paulo. Os ingressos são gratuitos e podem ser adquiridos a partir de cinco dias antes de cada apresentação, via reserva na plataforma Appticket e doação de 1 quilo de alimento não perecível, que será distribuído no bairro do Butantã, vizinho à Cidade Universitária, em São Paulo.
Repertório diverso
A primeira apresentação da Osusp neste semestre será a sexta edição da série Esculpir o Tempo, no dia 3, às 16 horas. O repertório, que inclui nomes como Jean-Philippe Rameau (1683-1764), Arcangelo Corelli (1653-1713) e Johann Sebastian Bach (1685-1750), terá solo ao piano e cravo por Alessandro Santoro e regência de Luís Otávio Santos. Segundo o diretor artístico e regente titular da Osusp, Tobias Volkmann, Santos é um dos maiores especialistas em música antiga no Brasil. “O repertório é composto por Rameau, do barroco francês, por Corelli, do barroco italiano, e por Bach, do barroco alemão. E ele (Luís Otávio Santos) é um violonista barroco”, diz. Volkmann também ressalta que a série Esculpir o Tempo teve um trabalho curatorial diferente ao apresentar um repertório distinto do que é mais usual à Osusp e dar espaço para a música antiga. Os ingressos para o concerto já estão esgotados.
No dia 10, também às 16 horas, é a vez da sétima edição de Esculpir o Tempo. O regente convidado é o argentino Luis Gorelik, que regerá obras do francês Maurice Ravel (1875-1937) e de Jean Sibelius (1865-1957) — grande nome da música finlandesa —, com participação da pianista Erika Ribeiro, formada em Música pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e indicada ao Grammy Latino 2022 na categoria Melhor Disco de Música Clássica. A reserva de entradas estará disponível a partir do dia 5 de agosto, por meio deste link.
Uma semana depois, no dia 17, às 16 horas, o próprio Tobias Volkmann rege 40 Anos de Amadeus, oitava edição da série Esculpir o Tempo. O concerto é uma homenagem aos 40 anos do lançamento do filme Amadeus, do diretor tcheco Miloš Forman (assista ao trailer oficial do filme no link abaixo). O longa, que recebeu oito premiações no Oscar de 1984, incluindo a de melhor filme, conta a história do músico alemão Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e tem algumas de suas cenas, incluindo uma das mais famosas — do comendador Don Giovanni — apresentadas em Esculpir o Tempo. O solo será composto por Cláudio Micheletti (violino) e Gabriel Marin (viola), da Osusp, além de Fellipe Oliveira (baixo-barítono), Isaque Oliveira (barítono), Marcelo Ferreira (barítono) e Flavia Albano, professora do Departamento de Música da ECA. Volkmann considera que o concerto pode ser uma boa opção para o espectador não tão “iniciado” na música clássica, justamente pelo referencial do filme e da memória. A partir do dia 12, o espectador pode reservar seus ingressos neste link.
A quarta e última apresentação da Osusp em agosto, no dia 31, é a segunda edição de Torre do Relógio, série da Osusp criada pelo maestro Gil Jardim em 2023, ano em que a Torre do Relógio, um marco da Cidade Universitária, completou 50 anos. O concerto terá regência de Mariana Menezes e as entradas poderão ser reservadas a partir do dia 26 de agosto, por meio deste link. Como a ideia da série é abordar o diálogo entre as artes, ela sempre acontece em parceria com algum instituto ou faculdade da USP ligado às ciências exatas ou biológicas. No primeiro semestre, o escolhido foi o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG). Agora, a parceria é com o Instituto de Biociências (IB). “Torre do Relógio explora as noções de realidade e de fantasia, e as apresentações do concerto pretendem abordar, por exemplo, como a natureza idealizada no século 18, quando muitas das peças foram compostas, não existe mais”, explica Volkmann.
O repertório de Torre do Relógio terá obras do italiano Antonio Vivaldi (1678-1741), dos brasileiros Harry Crowl (1958), Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Luiz Gonzaga (1912-1989) e Antonio Carlos Jobim (1927-1994), do alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827) e do italiano Ottorino Respighi (1879-1936). Dentre as peças a serem apresentadas, Volkmann destaca As Quatro Estações Incertas, que são uma versão alterada da obra original As Quatro Estações, de Vivaldi: “Essa versão é feita com o uso de um algoritmo que altera a música original com base em dados relativos às mudanças climáticas na cidade de São Paulo.” A obra, que foi feita em diferentes lugares do mundo, está disponível abaixo.
Arte e ciência
A parceria com o IB inclui rápidas palestras de professores do instituto para falar dos temas relativos às emergências globais da atualidade. É nessa linha que se encaixa a peça de Crowl, que é contemporâneo e tem suas obras compostas, segundo Volkmann, com base na consciência em relação a essas questões. Existe uma inspiração, por exemplo, nos estudos do professor Marcos Buckeridge, do IB, que é, desde 2008, diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (INCT do Bioetanol).
Volkmann destaca que o mês de agosto será “o mais intenso” para a Osusp neste ano, já que, além dos quatro concertos, haverá ainda duas apresentações: uma no USP Pensa Brasil — evento que ocorre entre 8 e 12 de agosto e que visa discutir as mudanças climáticas e os desafios da COP (Cúpula Climática da ONU) 30 — e outra na CPAM (Conferência Pan-Americana de Meteorologia), que acontece entre 19 e 23 de agosto.
Os concertos da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) acontecem nos dias 3, 10, 17 e 31 de agosto, sábados, às 16 horas, no Centro Cultural Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, em São Paulo). A entrada é gratuita mediante reserva na plataforma Appticket e doação de 1 quilo de alimento não perecível, que será distribuído no bairro do Butantã, vizinho à Cidade Universitária. A liberação dos ingressos acontece sempre cinco dias antes das apresentações, às segundas-feiras. Mais informações estão disponíveis no Instagram da Osusp.
*Estagiário sob supervisão de Roberto C. G. Castro
Fonte: Jornal da USP / A Orquestra Sinfônica da USP – Foto: Reprodução – @osusp_/X.com
