Ozzy Osbourne, um dos nomes do rock mais icônicos de todos os tempos, morreu aos 76 anos, segundo publicou na tarde desta terça-feira (22) o jornal britânico The Guardian.
Um comunicado da família Osbourne diz: “É com mais tristeza do que meras palavras podem transmitir que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento.”

Nenhuma causa de morte foi informada, embora Osbourne tenha apresentado vários problemas de saúde nos últimos anos.
Dos primórdios do metal à lenda imortal do rock
John Michael Osbourne, o eterno Ozzy, nasceu em Birmingham, Inglaterra, em 1948, e mudou a história do rock ao se tornar vocalista do Black Sabbath, banda formada no final dos anos 60 ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Com o lançamento do álbum de estreia homônimo, em 1970, e de obras-primas como Paranoid e Master of Reality, Ozzy ajudou a moldar o que o mundo conheceria como heavy metal, com riffs pesados, letras sombrias e uma atitude que influenciaria gerações inteiras.
Após uma passagem conturbada pelo Sabbath, marcada por sucesso global e excesso nos bastidores, Ozzy foi demitido da banda em 1979. O que poderia ter sido o fim acabou se transformando em um novo começo ainda mais estrondoso. Lançando Blizzard of Ozz em 1980, ao lado do genial guitarrista Randy Rhoads, Ozzy consolidou sua carreira solo com clássicos como “Crazy Train” e “Mr. Crowley”. Ao longo das décadas, o Madman continuou em alta com álbuns como Diary of a Madman, No More Tears e Ozzmosis, mostrando que sua criatividade era tão duradoura quanto sua reputação.
Nos anos 2000, sua imagem atravessou gerações graças ao reality show The Osbournes, exibido na MTV, que mostrou o dia a dia bizarro e cômico de sua família. Paralelamente, ele criou o festival Ozzfest, que se tornou referência no circuito do metal e abriu espaço para nomes emergentes do gênero. Ozzy também fez turnês com o Sabbath em momentos pontuais, incluindo uma reunião histórica que culminou no disco 13, em 2013.
Mesmo enfrentando sérios problemas de saúde nos últimos anos, Ozzy lançou álbuns aclamados como Ordinary Man (2020) e Patient Number 9 (2022), provando que sua chama artística segue acesa. Ícone absoluto do rock, o Príncipe das Trevas é, ao mesmo tempo, símbolo de superação, transgressão e imortalidade musical — uma verdadeira lenda que segue inspirando fãs ao redor do mundo, das camisas pretas aos palcos mais sagrados do metal.
Show final com o Black Sabbath
O lendário concerto Back to the Beginning, realizado em 5 de julho de 2025 no estádio Villa Park, em Aston (Birmingham), marcou o último ato de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath — e foi um verdadeiro épico de heavy metal. O evento reuniu pela primeira vez em 20 anos a formação original — Ozzy, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward — para tocar os clássicos do Sabbath e também algumas músicas solo de Ozzy. Apesar do avanço do Parkinson, Ozzy subiu ao palco em seu trono em forma de morcego, entregando performances emocionantes de “War Pigs”, “Paranoid” e “Crazy Train”.
O festival teve cerca de 45.000 fãs presenciais e um impressionante público online por meio de transmissão pay‑per‑view (5,8 milhões de espectadores no pico), e foi dirigido musicalmente por Tom Morello, quem o descreveu como “o maior show de heavy metal de todos os tempos”. Diversas bandas lendárias, como Metallica, Guns N’ Roses, Slayer, Tool, Pantera, Anthrax, Mastodon, se juntaram celebrando o Sabbath com versões próprias em um lineup de peso.
Além de encerrar uma era, o evento teve um forte impacto social: arrecadou £140 milhões para instituições como Cure Parkinson’s, Birmingham Children’s Hospital e Acorns Children’s Hospice. A histórica apresentação será eternizada no cinema em filmagem intitulada Back To The Beginning: Ozzy’s Final Bow, com lançamento previsto para 2026. Foi, sem dúvida, o ponto final perfeito para quem criou o heavy metal — e elevou o legado do Sabbath ao nível de cerimônia sagrada para a música pesada.
Fonte: Rádio Rock / Créditos da imagem: Camila Cara