Paciente entra na fila do transplante de fígado após usar remédios do ‘kit covid’

saúde

Kit é composto por remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina

Por Adele Robichez no dia 26 de Março de 2021 ⋅ 10:20   

O Hospital das Clínicas da Unicamp revelou o caso de uma pessoa saudável que desenvolveu hepatite medicamentosa após ser diagnosticada com a Covid-19 em dezembro de 2020 e ter utilizado o “kit covid” para se tratar. O paciente entrará para a lista de transplante hepático. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
 
As biópsias feitas identificaram que a hepatite foi causada por medicamentos e o histórico clínico da pessoa indicava que ela havia feito uso apenas do kit. Ele é composto por remédios sem eficácia comprovada contra o coronavírus, como a cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina.
 
O conjunto de medicamentos, também conhecido como “tratamento precoce”, é defendido pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e prescrito por uma quantidade expressiva de médicos, mesmo com estudos que contraindicam o uso por pacientes com o coronavírus e alertas das próprias fabricantes das drogas.
 
De acordo com a reportagem, médicos relatam que o conjunto de remédios, quando usados em doses inadequadas e contínuas, ou por pessoas com algumas doenças prévias, pode causar efeitos graves como arritmia e hepatite medicamentosa (lesões no fígado, órgão que metaboliza drogas).

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