Fatores de risco como sedentarismo e má alimentação aumentaram na pandemia, expondo crianças e adolescentes a diabetes
Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, no estado de Louisiana, nos Estados Unidos, analisou a relação da pandemia com os fatores de risco para diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes. A pesquisa considerou o isolamento social como um estímulo para comportamentos de risco, como o sedentarismo e a má alimentação.
De acordo com os cientistas, a pandemia levou ao aumento de comportamentos sedentários, que desencadearam distúrbios do sono e aumentaram o consumo de alimentos processados, piorando a qualidade nutritiva da dieta de crianças e adolescentes.
Os pesquisadores revisaram prontuários de admissões por diabetes tipo 2 de março a dezembro de 2019 e no mesmo período de 2020 em um hospital infantil. O estudo apontou que houve mais hospitalizações por diabetes tipo 2 em 2020, durante a pandemia de Covid-19, do que no ano anterior. Naquele hospital, as hospitalizações pela doença foram de 8 casos, em 2019, para 17 em 2020 – mais do que o dobro.
Como prevenir
De acordo com o Dr. Mauro Scharf, médico endocrinologista especializado em diabetes, a obesidade infantil é uma das principais causas do desenvolvimento da doença. “Além da dieta não balanceada e do sedentarismo, a demora para procurar ajuda médica quando os sintomas aparecem contribuem para que a doença se agrave”, explica.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, inclusive para crianças e adolescentes, as atividades ao ar livre foram retomadas e os mais jovens podem voltar a praticar esportes. O que, na verdade, não precisava ter sido interrompido, já que mesmo em casa é possível fazer alguns exercícios.
Conforme o especialista, ter uma alimentação equilibrada, com bastante frutas, verduras e legumes, também ajuda a reduzir os riscos de desenvolver diabetes ou a controlar a doença. “Além de adotar um estilo de vida saudável, é fundamental procurar um médico quando os sintomas indicarem diabetes, como sede e urina frequentes. O acompanhamento de um especialista é muito importante para definir o melhor tratamento para manter o índice glicêmico dentro do ideal”, conclui o Dr. Scharf.
Fonte: Saúde em dia