Por Gabriel Lopes
Terceiro estado com maior número de bens tombados ou em processo de tombamento do Brasil, conforme divulgado pela reportagem, a Bahia possui seis locais tombados classificados como ruínas. De acordo com dados fornecidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a categorização está relacionada à forma de proteção de cada bem.

A ruína mais antiga tombada pelo órgão, que pertence ao Ministério da Cultura, é a Casa da Torre de Garcia d’Ávila e Capela de Nossa Senhora da Conceição, localizados em Mata de São João, município da Região Metropolitana de Salvador (RMS) no Litoral Norte.
Os dados apontam que os bens foram tombados em 1938, ano dos primeiros registros feitos pelo Iphan, e retificado em 1977. Uma portaria anexada pelo instituto detalha o ato.
“O tombamento inclui a capela de Nossa Senhora da Conceição e toda a área desde a elevação onde se encontra o monumento até a orla marítima, na Enseada de Tatuapara. O tombamento abrange a seguinte área demarcada: Rio Pojuca até o leito futuro da Estrada dos Côcos, seguindo ao longo desta até a interseção com a reta que passa pela fralda norte da elevação onde se encontra a Casa da Torre e pelo farol, seguindo a referida reta até o litoral e, ao longo deste, até a foz do Rio Pojuca, por onde se iniciou a demarcação”, diz a portaria vigente.
No Recôncavo, dois municípios aparecem na lista com bens tombados e classificados como ruína. É o caso de Maragogipe com o Forte do Paraguassú – processo validado pelo Iphan em 1938 – e de Cachoeira com o Convento de Santo Antônio de Paraguassú: igreja e ruínas (1941).
O levantamento também aponta ruínas tombadas em São Francisco do Conde (Engenho São Miguel e Almas: casa e capela, em 1944); Rio de Contas (Igreja de Santana: ruínas, em 1958); e Andaraí, na Chapada Diamantina.
Andaraí foi o último município a ter um bem tombado com a classificação de ruína: em 2000 o Iphan aprovou a inclusão do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Igatu – distrito de Andaraí -, inclusive as ruínas de habitações de pedra.
TERREIROS
A lista de bens tombados também traz 10 terreiros na Bahia. Sete estão localizados na capital baiana, dois em Cachoeira e um em Itaparica. Confira abaixo a lista:
- Salvador: Terreiro da Casa Branca (1986); Terreiro do Axé Opô Afonjá (2000); Terreiro de Candomblé Ilê Iyá Omim Axé Iyamassé (2005); Terreiro do Alaketo (2004), Ilê Maroiá Láji (); Terreiro de Candomblé do Bate-Folha (2005); Terreiro de Candomblé Ilê Axé Oxumaré (2014); Terreiro Tumba Junsara.
Cachoeira: Terreiro Aganjú Didê da Nação Nagô-Tedô (Terreiro Ilê Axé Icimimó Aganju Didè) e Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde (2015). - Itaparica: Terreiro Culto aos ancestrais – OMO Ilê Agbôulá (2017).
Os dados foram compilados pela Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência pública. A agência usou como gancho o acidente do dia 5 de fevereiro, quando parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, em Salvador, desabou durante horário de visitação.
BAHIA
O levantamento aponta que a Bahia soma 245 bens tombados ou em processo de tombamento, que inclui complexos arqueológicos, edificações, acervos documentais e arquitetônicos. A Bahia só fica atrás do Rio de Janeiro (315) e Minas Gerais (253).
Segundo o documento, entre os bens já tombados, Salvador ocupa a primeira posição no estado com 101. A capital dos baianos é seguida por Cachoeira (31), Rio de Contas e Santo Amaro, ambas com 6 tombamentos.
Fonte: BN /Fotos: Agx Filmes