O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (18) não ver espaço no texto da PEC dos Precatórios já aprovado pelos deputados para conceder aumento salarial a servidores
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, ao ser questionado sobre a possibilidade de aumento dos servidores, disse que a responsabilidade seria do ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Pergunta para o Paulo Guedes, só ele quem sabe”, declarou nesta sexta-feira (19).
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta terça-feira (16) que pretende usar uma parte da folga fiscal gerada pela eventual aprovação PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, na concessão de aumento salarial para servidores federais.
Ele deu as declarações após participar de um evento empresarial em Manama, capital do Bahrein, aonde chegou após três dias de visita a Dubai.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (18) não ver espaço no texto da PEC dos Precatórios já aprovado pelos deputados para conceder aumento salarial a servidores.
“Eu absolutamente não vi esse espaço, não conheço esse espaço, os números que foram apresentados pela Economia para a Câmara dos Deputados não previam esse aumento”, disse.
A PEC é o principal projeto de interesse do Palácio do Planalto atualmente no Congresso. Com a proposta, é possível ampliar em quase R$ 100 bilhões a margem para gastos em 2022, ano em que Bolsonaro pretende concorrer à reeleição.
Como a Folha mostrou, a avaliação de líderes aliados do presidente é que o Congresso deverá atuar contra um amplo reajuste salarial a servidores federais, principalmente se a medida exigir uma redução ainda maior no valor a ser destinado a emendas parlamentares e a despesas na área social em 2022.
As negociações no Senado, porém, mostram que, para aprovar a PEC, o governo deverá alterar o texto e impedir que o aumento de despesas previsto na proposta seja usado para bancar o reajuste.
Para tentar garantir o pagamento dos R$ 400 do Auxílio Brasil já em dezembro (o que depende da PEC), o governo estuda propor que as mudanças em discussão no Senado sejam colocadas num outro texto -uma PEC paralela. Somente esse segundo texto iria para votação na Câmara, enquanto os pilares da PEC dos Precatórios seriam promulgados no início de dezembro.
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