PÍLULAS | Estupro e gravidez em crianças: problema é muito maior que se pensa

saúde

Estupro e gravidez em crianças: problema é muito maior que se pensa

O caso assustador da garota catarinense de 11 anos que foi afastada de sua família para que fosse impedida de fazer um aborto legal pode ser a ponta de um enorme iceberg. Segundo levantamento da revista Gênero e Número, 21 mil crianças até 14 anos tiveram filhos no Brasil em 2018. Nesta idade, toda relação sexual é considerada estupro de vulnerável. Das vítimas, 75% eram crianças negras. Mesmo sem terem sido submetidas ao mesmo tipo de humilhação, grande parte delas pode ter tido seus direitos negados. Enquanto isso, o escândalo catarinense, revelado por reportagem do site The Intercept, continua a repercutir, o que pode ter agilizado a resposta da justiça – que determinou seu retorno para os cuidados da mãe. Ela passou 40 dias em abrigo, após ter seu negado seu direito de interrupção de gravidez, fruto de um estupro. A juíza do caso, Joana Ribeiro, tentou convencer a menina a desistir do procedimento, por meios claramente manipuladores. A promotora Mirela Dutra Alberton também agiu para impedir o aborto, e agora está sendo investigada pela Corregedoria Nacional do Ministério Público. 


Feira Nordestina expõe potencial de novo modelo agrícola

Doze mil pessoas presentes. Mais de 1.200 agricultores, que venderam cerca de 200 toneladas de comida; 150 cooperativas e associações. Assim foi a “Grande festa da colheita”, ou a Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes) em Natal (RN), entre os dias 14 e 19 de junho. Muito além da exposição, o encontro permitiu reabrir o debate sobre os caminhos para superar o modelo agrícola baseado no agronegócio. Entre os temas tratados, a necessidade de retomar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Essenciais para conter a crise social e alimentar do Brasil, eles foram desmantelados pelo governo Bolsonaro. “A agricultura familiar tem o poder de mudar o cenário econômico de uma região e promove segurança alimentar, além de oferecer alimentos saudáveis”, afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte, Alexandre Lima.


Recém-nascidos com malformação cardiovascular ficam sem atendimento 

Metade dos recém-nascidos que precisariam de uma cirurgia para correção de cardiopatia congênita ficam sem atendimento no Brasil, conforme dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). A entidade estima, porém, que o percentual pode ter se elevado para 70% durante a pandemia da covid-19. De acordo com o ministério da Saúde, no Brasil, dez bebês a cada mil nascidos vivos têm malformação cardiovascular. Das 30 mil novas crianças com cardiopatia congênita por ano, 6% morrem antes de completar 1 ano. O diagnóstico pode ser feito ainda durante a gravidez. É bom lembrar: em abril, entidades denunciaram o desmonte da Rede Cegonha, programa bem sucedido que integrava e organizava a assistência no pré-natal, no parto, no puerpério e na primeira infância. 


USP pesquisa a volta de vírus muito raro em São Paulo

Enquanto estudavam a epidemia de febre amarela, em São Paulo, pesquisadores da FMUSP descobriram um novo vírus, causador da febre hemorrágica. O chamado vírus sabiá (SABV) é extremamente raro, mas dois novos casos surgiram em 2019, após vinte anos sem notícias de contaminação, segundo reportagem no Jornal da USP. Seu nome não vem do pássaro, mas de um bairro na cidade de Cotia (SP). Agora, uma nova pesquisa realizada em coparticipação entre o Instituto de Medicina Tropical (IMT) e o Hospital das Clínicas (HC) aprofunda as investigações. O fato de serem tão poucos casos dificulta a análise, por isso ainda não se sabe se o vírus está gerando casos mais leves, assintomáticos, e por isso voltou a aparecer. Os dois pacientes que contraíram a doença em 2019 moravam em áreas rurais e trabalhavam no campo, ambos em São Paulo. Nenhum deles sobreviveu.


A importância da alimentação, na infância, para o cérebro na fase adulta

Um estudo que acompanhou 1.200 crianças por 30 anos constatou que a saúde na infância pode influenciar nas funções cognitivas após a chamada “meia idade”, entre 39 e 50 anos. Os resultados foram publicados no Journal of Science and Medicine in Sport. Aquelas crianças com melhores níveis cardiorrespiratórios e com mais desempenho muscular tinham o cérebro mais capaz, após adultos. Já aqueles que eram obesos na infância tinham mais risco de desenvolver demência. A explicação está na importância do exercício físico para manter os vasos sanguíneos do cérebro em boas condições. Em relação à boa alimentação na infância, o Brasil está retrocedendo. Alimentos ultraprocessados fazem cada vez mais parte da dieta da população, enquanto o consumo de arroz e feijão está em queda. Com a crise econômica, opções menos saudáveis mas mais baratas entram no cardápio com mais frequência do que deveriam.


Demência precoce tem diagnóstico demorado

Um estudo holandês publicado no periódico científico JAMA Neurology mostra que a demência em jovens adultos é mais comum do que os médicos esperam: até 3,9 milhões de pessoas com menos de 65 anos podem ser afetadas em todo o mundo. Para cada 100 mil pessoas entre 30 e 64 anos, 119 apresentavam demência precoce. Quando os sintomas se desenvolvem antes dos 50 anos, a demência vascular e a demência frontotemporal são as causas mais comuns. O sofrimento daqueles que são acometidos pela demência precoce é grande, contam os cientistas responsáveis pelo estudo; mas o mais difícil é fazer o diagnóstico. Muitas vezes a confusão mental pode ser compreendida como uma condição psiquiátrica, ou mesmo com um tumor no cérebro.

Fonte: Outras palavras

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *