Uma operação da PM na Zona Norte do Rio nesta quarta-feira (2) colocou passageiros na linha de tiro, fechou postos de vacinação e interrompeu a circulação de trens na Região Metropolitana. Há relatos de intenso confronto entre forças de segurança e traficantes.
Os trens voltaram a circular às 8h.
Nas primeiras horas da manhã, policiais militares entraram nas comunidades Cidade Alta, Pica-pau e Cinco Bocas, que fazem parte do Complexo de Israel, em Cordovil e Brás de Pina.
Segundo a PM, a ação desta quarta é uma resposta ao incidente na noite de terça (1º) na Cidade Alta, quando um adolescente foi baleado na cabeça dentro do carro depois que a mãe errou o caminho e parou na favela. O estado do jovem era grave.
A PM afirma que o objetivo da ação é a prisão de criminosos em flagrante e com mandados de prisão em aberto, a apreensão de armas e a desobstrução de vias da região.
Até a última atualização desta reportagem, um homem havia sido preso com uma pistola na Favela Cinco Bocas.
Pânico e transtorno para passageiros
Pessoas que estavam em um ônibus e em uma composição da Supervia tiveram que deitar no chão para escapar de tiros.
Por segurança, a concessionária suspendeu a circulação de trens em parte do ramal Saracuruna — as viagens seguiam apenas entre Central e Penha. Às 7h40, uma composição vazia partiu para uma viagem de inspeção. A operação foi retomada às 8h.
Dentro da comunidade, bandidos tomaram ônibus e obrigaram motoristas a atravessar os veículos nos acessos ao complexo, como barricadas improvisadas. Um dos coletivos foi deixado em frente a um posto de vacinação.
Às 7h10, segundo o tenente-coronel Ivan Blaz, porta-voz da PM, a situação estava estabilizada — mas às 7h30 ainda havia relatos de tiros, ouvidos da Avenida Brasil, na altura da Cidade Alta.
“É importante ressaltar que essa operação foi motivada por conta de um ato de violência contra um cidadão de bem ontem. Uma senhora junto com seu filho entraram em uma acesso de forma errada ali e foram baleados — o garoto está mal no hospital. É uma situação revoltante, a gente não pode achar que isso é algo natural”, disse Blaz.
“Os criminosos não entenderam que eles não podem ficar ostentando essas armas nas ruas de forma desordenada. Por conta disso, estamos fazendo essa operação hoje com todos os batalhões da Zona Norte na região e mais a aeronave policial”, emendou o porta-voz.
“É absurdo que criminosos queiram estar diante da sociedade impondo limites físicos, impondo limites territoriais por força de armas de fogo.”
Fonte: g1