Por Alexandre Santos
Líder quilombola foi assassinada a tiros em agosto deste ano; família diz acreditar em crime de mando
A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura a morte de Bernadete Pacífico, executada a tiros em agosto deste ano. Cinco pessoas foram indiciadas sob acusação de homicídio triplamente qualificado — motivo torpe, emprego de meio cruel (morte provocada por fogo) e uso de recurso que impediu a defesa da vítima.
Os detalhes sobre a investigação do caso serão divulgados nesta quinta-feira (16), em coletiva de imprensa concedida pelo secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner, pela delegada-geral Heloísa Campos de Brito, pela diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Andréa Ribeiro, e pelo promotor Luís Neto do Gaeco
A entrevista está prevista para as 11h, no auditório do Ministério Público da Bahia (MP-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
A ialorixá de 72 anos, mais conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada por homens armados que invadiram sua casa, em Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Naquela noite, ela estava com os netos, que foram colocados em um quarto. Para Jurandir Wellington Pacífico, filho de Bernadete Pacífico, a mãe foi vítima de um crime de mando, pois recebia ameaças havia pelo menos seis anos.
Na semana passada, o jornal Folha de S. Paulo informou que os herdeiros da líder quilombola contrataram peritos particulares para revisar todo o trabalho de perícia no local em que ela foi assassinada. Os profissionais irão analisar o laudo de sua morte e os protocolos de proteção que vinham sendo adotados antes da execução da ialorixá. A Polícia Federal também abriu uma investigação à parte.
Questionado sobre a decisão, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse confiar na investigação da Polícia Civil.
Fonte: Bahia.ba