Polícia suspeita que Flordelis e Anderson foram a uma casa de swing no dia do crime

justiça

Terça, 25 de agosto de 2020

Deputada havia dito à polícia que ‘namorou’ com o marido dentro e fora do carro numa área de Copacabana, mas dados de trânsito contestam ida deles ao local

A madrugada do dia do assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis dos Santos, ainda deixa muitas dúvidas. A polícia ainda busca esclarecer o que o casal fez antes do crime e a Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, que investiga o caso, acredita que eles tenham ido a uma casa de swing em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Conforme revelado pelo Jornal Extra, após receber informações da Companhia de Engenharia de Trafégo do Rio (Cet-Rio), os investigadores da delegacia concluíram que o casal não esteve em Copacabana, como Flordelis havia contado em depoimentos à polícia. O último registro do órgão foi de que o carro do casal passou naquela noite por um radar localizado na Rua Humaitá, no bairro homônimo e vizinho a Botafogo.

Em coletiva de imprensa na manhã dessa segunda-feira, o delegado titular da DHNISG, Allan Duarte, afirmou aos jornalistas que Flordelis e Anderson estiveram em Botafogo na madrugada do crime, e não em Copacabana.

Em seus depoimentos à polícia, Flordelis afirmou não saber o nome do local onde esteve com o marido em Copacabana e relatou apenas que eles comeram petiscos, sem conseguir também apontar a localização exata de onde estiveram. As suspeitas são de que Flordelis não quisesse revelar o verdadeiro local onde esteve com o marido. Aliado a isso, uma testemunha revelou aos policiais, ao longo das investigações, ter ficado sabendo que Flordelis e Anderson tinham o costume de frequentar uma casa de swing.

Um gerente da boate de Botafogo prestou depoimento na DHNISG em junho deste ano, mas negou reconhecer o casal como frequentador do local. O relato, no entanto, não fez com que os investigadores descartassem a hipótese, uma vez que consideram improvável que funcionários desse tipo de estabelecimento apontem possíveis frequentadores do local.

A suspeita de que o casal tenha ido à casa de swing consta em um relatório da DH do dia 1º de julho deste ano, produzido a pedido do Ministério Público estadual. O Jornal Extra teve acesso ao documento, no qual é analisado o trajeto feito pelo carro do casal e apontada a proximidade da boate com o último ponto por onde eles passaram. Segundo o relatório, a distância é de cerca de 500 metros.

Após depoimento do gerente da casa, não foram colhidos novos relatos e o inquérito foi encerrado. A polícia não confirmou a suspeita e nem descartou.

Em seu último depoimento à polícia, em maio deste ano, Flordelis voltou a afirmar que tinha ido com o marido em Copacabana. Segundo ela, após comerem petiscos, eles foram para um local afastado, onde “namoraram” dentro e fora do carro. Aos filhos, o casal afirmou que iria sair naquela madrugada para comemorar o dia dos namorados. Eles saíram de casa pouco depois de meia-noite de 16 de junho e retornaram por volta das 3h15.

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