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Por que a Suíça quebrou sua neutralidade histórica e adotou sanções contra a Rússia?

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A tradicionalmente neutra Suíça decidiu adotar sanções da União Europeia contra russos envolvidos na invasão da Ucrânia por Moscou e congelará seus bens, disse o governo nesta segunda-feira (28), em um forte desvio das tradições do país.

Por que a Suíça é foco da questão das sanções?

A Rússia é apenas o 23º parceiro comercial da Suíça, mas os bancos do país estão entre os favoritos das grandes fortunas russas. E vários oligarcas russos também têm interesses em grandes empresas suíças.

Além disso, 80% dos negócios russos de petróleo e gás ocorrem na Suíça, segundo estimativas citadas na imprensa do país.

Nos últimos dias, as autoridades suíças – que pareciam hesitantes quanto à aplicação de sanções após a invasão – estiveram sob forte pressão para se alinharem com a UE e com os Estados Unidos.

Quem são os alvos das sanções?

“Em vista da contínua intervenção militar da Rússia na Ucrânia, o Conselho Federal tomou a decisão em 28 de fevereiro de adotar os pacotes de sanções impostos pela UE em 23 e 25 de fevereiro”, disse o governo em comunicado.

A Suíça também adotou sanções financeiras contra o presidente russo Vladimir Putin, o primeiro-ministro Mikhail Mishustin e o ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov, com efeito imediato.


O ministro das Finanças, Ueli Maurer, ressaltou que o bloqueio dos ativos de pessoas incluídas na lista negativa da UE tem “efeito imediato”.

“A Suíça reafirma sua solidariedade com a Ucrânia e seu povo; entregará suprimentos de emergência para pessoas que fugiram para a Polônia”, disse o governo, fazendo também uma oferta oferta de mediar a disputa.

Proibição de entrada

A ministra da Justiça, Karin Keller-Sutter, informou ainda que cinco magnatas russos, ou ucranianos, “muito próximos de Vladimir Putin” e com vínculos muito importantes na Suíça “estão proibidos de entrar” no país. Suas identidades não foram divulgadas.

Essas pessoas não têm visto de residência na Suíça, mas contam com importantes “vínculos econômicos, sobretudo, nas finanças e no negócio de matérias-primas”, acrescentou.

Fonte: g1