Presidente de sindicato dos jogadores ataca Super Mundial e fala sobre greve

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Entidades afirmam que o excesso de jogos do calendário internacional se tornou insustentável

Os jogadores nunca estiveram tão perto de entrar em greve em meio ao crescente descontentamento com os órgãos dirigentes do futebol, principalmente a FIFA.

A reformulada Copa do Mundo de Clubes está sendo comparada a uma “Superliga”, segundo disse o chefe do sindicato dos jogadores, a FIFPRO Europe, nesta segunda-feira (14).

David Terrier falou à Reuters depois que a FIFPRO Europe, a associação das Ligas Europeias e a LaLiga, acusaram a FIFA de “abuso” ao apresentarem uma queixa conjunta sobre o calendário de partidas internacionais do órgão regulador global aos reguladores da União Europeia

Terrier disse que somente o “diálogo social” entre as partes interessadas do esporte poderia salvar seu ecossistema.

“Obviamente, como líder sindical, eu deveria sonhar com uma greve porque isso lhe dá mais poder, mas estou muito apegado ao conceito de diálogo social”, disse Terrier. “Seria um fracasso grave chegar a esse extremo, mas esse extremo está se aproximando a cada dia. A União Europeia deve lembrar a todos e dizer que eles precisam passar pelo diálogo social”.

Em uma coletiva de imprensa conjunta nesta segunda-feira, a FIFPRO Europa, as Ligas Europeias e a LaLiga criticaram o calendário lotado de jogos da FIFA, exibindo vídeos de jogadores, incluindo o capitão da França, Kylian Mbappé, dizendo que tinham muitas partidas para disputar.

As entidades dizem que o calendário internacional de partidas se tornou insustentável para as ligas nacionais e um risco à saúde dos jogadores.

Rodri, do Manchester City, abriu caminho para uma greve em setembro, embora um especialista em direito esportivo tenha dito que tal medida na Premier League era improvável .

“Vamos até o fim [da greve]? Os jogadores estão prontos e o que eles não podem suportar é que a FIFA não os ouça ou não os respeite”, disse Terrier.

“Cada vez mais jogadores estão nos dizendo que querem fazer uma greve”, acrescentou, mirando o Mundial de Clubes, que será sediado nos Estados Unidos em 12 sedes entre 32 clubes, de 15 de junho a 13 de julho de 2025.

Terrier comparou o evento com a tentativa da Superliga Europeia em 2021, feita por 12 grandes clubes da Inglaterra, Itália e Espanha visando criar uma liga independente.

O projeto acabou fracassando devido à enorme pressão de fãs, políticos, dirigentes do futebol e até mesmo da realeza britânica.

“[A Copa do Mundo de Clubes] é uma maneira desonesta de construir [uma Super Liga] e a FIFA fará de tudo para manter sua ideia por razões de credibilidade. Eles devem, antes de tudo, cuidar das nações, não dos clubes”, disse Terrier. “Eles vão financiar isso com suas receitas de reserva, mas essas devem ir para os clubes que precisam”.

A FIFA ainda não anunciou como financiará o Mundial de Clubes.

O órgão regulador disse em 2019 que expandiria o torneio para 24 clubes a partir de 2021, embora a pandemia da COVID e o reagendamento da Euro 2020 um ano depois tenham tornado isso impossível.

Em 2022, a FIFPRO elogiou o “diálogo aberto que estava ocorrendo e sendo promovido” com a FIFA.

(Reportagem de Julien Pretot; Edição de Christian Radnedge) / Foto: Reprodução

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