Infectado é um estrangeiro que trabalha para a organização, segundo o Comitê Organizador, e não um atleta
NICHOLAS DALE – Madri – 18 JUL 2021
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio notificou no sábado o primeiro caso de coronavírus em um residente da Vila Olímpica. Mas, como informaram, não é um atleta, e sim um estrangeiro que trabalha para a organização; a nacionalidade da pessoa não foi fornecida por questões de privacidade. A infecção é um dos 15 novos casos ligados às Olimpíadas, que ocorreram em dois funcionários de veículos de comunicação, sete empreiteiros e cinco trabalhadores dos Jogos. O caso confirmado na manhã de sábado, entretanto, é o único no complexo de 44 hectares construído especialmente para a ocasião em frente ao mar de Tóquio e onde ficará a maioria dos 11.000 competidores, o que aumenta as dúvidas sobre a segurança do evento.
A infecção ocorre quando restam somente seis dias para o início da competição olímpica, que por fim será realizada sem público nas arquibancadas pela situação sanitária do país em relação à pandemia de coronavírus. Nas últimas 24 horas as autoridades de saúde do Japão registraram mais de 3.400 novos casos positivos de coronavírus, 1.271 dos quais se concentram na cidade de Tóquio. Isso significa que a capital registra um dos números mais altos do ano, e supera mil contágios em um dia pela terceira vez seguida.
O público japonês se mostrou reticente sobre as Olimpíadas com o recente aumento de contágios e a percepção de que a chegada de milhares de estrangeiros pode transformar o evento em um enorme foco de infecções. A presidenta dos Jogos de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto, admitiu as preocupações, mas também afirmou que a organização está tomando todas as precauções. “Entendo que ainda há muitos fatores que geram alarme. Os organizadores precisamos tentar nos assegurar de que as pessoas entendam que os Jogos são seguros”, comentou em uma entrevista coletiva no sábado.
Até agora mais de 40 pessoas envolvidas nas Olimpíadas, tanto japoneses como estrangeiros, testaram positivo. Os organizadores assumem que haverá mais casos, mas com testagem diária aos atletas e frequentes para outros envolvidos nos eventos, além de um rígido controle dos movimentos dos visitantes, se espera que seja possível limitar ao máximo a propagação interna do vírus. Mas esse rígido controle já está demonstrando que é difícil de se cumprir. Na sexta-feira o levantador de pesos de Uganda Juluis Ssekitoleko saiu da concentração de sua equipe em Osaka e agora está desaparecido, de acordo com os organizadores dos Jogos.
Fonte: El País