Procura por mamografias em baixa

saúde

Reportagem da Folha retrata as dificuldades que o país tem observado para atingir suas metas de controle e prevenção do câncer de mama. Apesar das disparidades regionais que afetam o acesso à saúde dos brasileiros em formas variadas, a conclusão que se pode tirar é que a precarização da vida e o desfinanciamento das políticas públicas afastaram as mulheres brasileiras do cuidado com essa forma de câncer que é a mais mortífera entre elas. De um lado, um SUS que viu sua estrutura diminuir nos anos de retomada neoliberal como razão de Estado. “Não existe busca ativa das pacientes sintomáticas, não existe navegação”, disse Maira Caleffi, chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento (RS) e presidente da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), à Folha. De outro, a própria dificuldade de mulheres acessarem locais que prestam tal atendimento, algo diretamente relacionado com desemprego, ocupações precárias e falta de renda. “Não temos fila de espera. Nosso trabalho maior não é administrar fila, e sim informar a mulher da importância de fazer a mamografia na época correta”, contou Erica Aymoré, secretária de saúde de Macapá, na mesma reportagem.

Estudo rastreia primeiras mortes por covid em MG

Pesquisadores da UFMG analisaram as 100 primeiras mortes por covid-19 no estado e concluíram que 24 casos podem estar associados a infecção intra-hospitalar, o que significa que algumas vítimas do vírus foram internadas por outras razões acabaram contraindo o vírus dentro do estabelecimento de saúde. “Não pode misturar nem os suspeitos, porque um suspeito pode ser positivo e o outro ser negativo. E aí acaba transmitindo. Sabemos que, muitas vezes, o hospital não tem estrutura, não tem condição. Mas o principal desafio, a meu ver, é esse: garantir a divisão de leitos”, comentou Karina Napoles, que coordenou o estudo. A pesquisadora explica que o efeito novidade pegou de surpresa um sistema de saúde, tanto público como privado, despreparado para lidar com o novo vírus. Mas cabe lembrar que o coronavírus era emergência global quando chegou ao Brasil, três meses após sua eclosão na China.

Alta no consumo de fármacos derivados da maconha

Dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo informam que a quantidade de medicamentos à base de canabidiol comprados em 2022 mais que triplicou no ano passado: foram 170 vendas, frente a 50 mil em 2021. Além do reforço do debate antiproibicionista, esta realidade apenas reforçará a judicialização dos casos relativos ao acesso a remédios com algum derivado da maconha, que se torna cada vez mais realidade nos consultórios. “Quando eu prescrevo um derivado de canábis, um fitocanabinoide, a um paciente com dor crônica, vou estar sim tratando a dor dele, porém eu vou melhorar a qualidade de sono dele, vou diminuir um grau de ansiedade, então outros fatores associados à dor crônica também são tratados pelo mesmo medicamento”, explicou o ortopedista José Wilson Andrade, à Agência Brasil.

Obesidade: o problema da gordofobia no acesso à saúde

Um artigo publicado no STAT News explora como pessoas com corpos considerados acima do peso são tratadas em clínicas de transtornos alimentares, em um contexto em que há uma grande pressão pela perda de peso na sociedade. Especialistas afirmam que esses pacientes enfrentam preconceito e estigma, mesmo quando buscam ajuda profissional. A questão se torna mais urgente à medida que novas diretrizes da Academia Americana de Pediatria recomendam o uso de medicamentos para perda de peso e cirurgia bariátrica para adolescentes a partir de 12 e 13 anos, assunto ainda não digerido por boa parte da comunidade médica especializada. O texto ainda discute como as clínicas podem proteger esses pacientes e relata como a tensão entre os profissionais da área em relação ao tema da obesidade e seus estigmas pode afetar o atendimento aos transtornos alimentares.

Abrasco analisa necessidades da saúde indígena

O GT de Saúde Indígena da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) fez um balanço inicial das questões relativas aos povos indígenas neste âmbito no início do governo Lula. “É imprescindível o fortalecimento do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, com a qualificação da gestão da Secretaria de Saúde Indígena e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), e a contratação e educação permanente de profissionais, incluindo os Agentes Indígenas de Saúde e de Saneamento. É preciso atender as necessidades de indígenas em territórios não demarcados e em contextos urbanos, assim como a melhoria da infraestrutura das unidades de saúde, o fortalecimento das instâncias de controle e participação social – com orçamento para suas atividades e para a qualificação de conselheiros”, explicou Felipe Tavares, coordenador do GT e professor de saúde coletiva da UFF. O grupo reconhece a importância da criação do ministério dos Povos Originários e da nomeação de indígenas para a coordenação dos 34 DSEIs, mas ressalta que boa parte dos direitos dos povos da terra só pode ser garantida com atuação positiva do Estado em outras áreas, a exemplo da própria saúde e em especial a ambiental.

Costa leste dos EUA lida com afundamento do litoral e elevação do mar

As cidades do litoral atlântico estadunidense vão enfrentar problemas cruciais causados pela interferência humana no meio ambiente. Além do nível do mar que cresce cerca de 5 milímetros por ano, o solo dessa porção de terra do país tem registrado afundamento de outros 5 milímetros anuais, chegando a 10mm em algumas partes. Trata-se de uma área que concentra um terço do total da população estadunidense. As razões são várias: o avanço do mar se explica pelo derretimento das calotas de gelo; já o afundamento do solo se deve à retirada abusiva de água dos subsolos e perfurações da terra pela indústria de exploração de óleo e gás, que afetam ao criar espaços vazios abaixo da superfície provoca uma inevitável movimentação dos sedimentos. Tal combinação ainda pode produzir a salinização do solo e das águas doces invadidas pelo avanço do mar, com efeitos incalculáveis na biodiversidade e agricultura.

Fonte: Outra saúde

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