Conselho de Segurança da ONU, presidido pelo Brasil, continua discussão para tentar diminuir consequências da guerra para civis
Se a segunda-feira (16/10) não se tornou muito produtiva em termos de resultado para o Conselho de Segurança da ONU, a terça-feira (17/10) chega com a esperança de que o conflito entre Israel e o Hamas se torne menos letal aos civis da região. Hoje, uma proposta do Brasil será rediscutida para se tentar evitar a continuação de uma crise humanitária.
Ontem, duas minutas foram colocadas na mesa, mas apenas uma delas foi votada. Tratava-se do texto apresentado pela Rússia, que pedia um cessar-fogo imediato, além de ajuda humanitária, mas sem condenar diretamente o Hamas. Isso resultou em muitas reclamações entre os diplomatas.
Então, veio o veto dos Estados Unidos. Os representantes norte-americanos apontaram que a ideia de cessar-fogo imediato contrariava o direito de Israel de retaliar os ataques do Hamas por meio dos bombardeios à Palestina. Até agora, o conflito resultou em mais de 4 mil mortes e lançou a Faixa de Gaza, região onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, em uma crise humanitária.
No 11º dia da guerra, os olhos se voltam à segunda minuta apresentada no conselho, com a discussão da proposta feita por diplomatas brasileiros. A votação deve acontecer por volta das 20h (horário de Brasília).
O que diz o documento do Brasil
O documento apresentado pelos brasileiros condena o Hamas pelos ataques e pede que seja suspensa a medida de desocupação exigida por Israel aos moradores da região norte da Faixa de Gaza. Ela será rediscutida nesta terça e tem os seguintes pontos:
- Condena nominalmente o grupo extremista Hamas pelos atentados terroristas do dia 7 de outubro em Israel.
- Pede a libertação dos cerca de 200 reféns que estão com o Hamas.
- Argumenta que Israel reveja a ordem de deslocar os civis do norte para o sul da Faixa de Gaza, por causa da crise humanitária criada.
- Exige que Israel e Hamas se comprometam com as leis internacionais, principalmente em relação à defesa dos civis.
- Permite que aconteça a entrada e a proteção de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Ainda que agrade mais países, entre eles os Estados Unidos, não é garantida a aprovação, já que seriam necessários nove votos do 15 e nenhum dos membros permanentes poderia vetar o texto. A Rússia apresentou emendas à redação, que devem ser apreciadas.
Ainda que não tenham decidido uma medida sobre o conflito, os membros foram unânimes em reconhecer a gravidade da situação a que os cidadãos da Faixa de Gaza estão submetidos e a necessidade de ações humanitárias na região.
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Fonte: Metrópoles