Ingressos esgotaram nos dois dias de shows de Paty Brandão
Uma linda voz, cheia de personalidade, e que nos dá a sensação de que os palcos ganham uma artista singular, que traz no repertório o melhor da MPB sem abrir mão de sua baianidade. Essa é a cantora Paty Brandão, que apresentou em duas sessões o show Elis: única e tantas!…
Não deu para quem quis! Com a plateia do Teatro Molière, da Aliança Francesa, lotada nas duas apresentações, o público viu surgir uma cantora com personalidade, entre tantos outros predicados. Foi a estreia de Paty Brandão nos palcos. “Eu quis mostrar a Paty Brandão que, até o momento, poucos conheciam. Quis afastar a timidez, a auto-exigência e o meu próprio julgamento e enfrentar, com coragem, a cura de mim mesma e de tudo que me impedia de subir em um palco para fazer soar o meu canto. Eu tentei transformar dor e amor em arte, a fim de levar alegria e leveza ao público. Tive um retorno belíssimo”, confessa a cantora, que é advogada de formação e que agora assume profissionalmente a sua grande paixão: a música.
Com seus agudos precisos, Paty Brandão homenageou uma das maiores cantoras que esse país já viu, mas tendo a preocupação de não fazer uma imitação de Elis. “Eu não quis levar ao palco um show cover de Elis Regina, seja porque não acredito na possibilidade de se imitá-la, seja porque criar uma personagem não é a minha verdade”, explica.
A abertura do show com Canto de Osanha já indicava o que esperava o espectador pela próxima hora. Com sua voz doce e potente, Paty Brandão apresentou os principais sucessos do repertório de Elis com muita personalidade, imprimindo seu estilo próprio. Os arranjos do diretor musical e violonista Ruan de Souza impressionaram em diversos momentos, como o ritmo de reggae em Como Nossos Pais, com Águas de Março homenageando a chula de Roberto Mendes e o nosso ijexá em Romaria.
“Quando eu vim para o primeiro ensaio para começar a conceber os arranjos, a primeira coisa que eu procurei saber foi qual era a verdade de Patrícia, que era trazer uma nova possibilidade de Elis. Eu mantive arranjos mais parecidos com o que eles faziam e brinquei com uma pitada de Bahia, mudando a rítmica das coisas”, explica o Ruan de Souza.
“Revivendo Elis Regina do jeito que Paty está fazendo eu não vi até agora não. Ela é a única! Ela está chegando e eu estou ajudando a abrir esse caminho, construindo alicerces. Ela merece!” Essa declaração entusiasmada é de Cicinho de Assis, que já se apresentou ao lado de diversos artistas, como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Maria Betânia e Elba Ramalho. O acordeom de Cicinho conferiu ainda mais elegância à voz de Paty Brandão.
A banda é completada pelo percussionista Rafael Santana, o Bolota, além de Maria Prado de Oliveira, que assina a direção artística do show e, junto com o iluminador Cauê Borges, a iluminação cênica. O técnico de som é Gilvã Carvalho, as fotos são de Tetê Marques, o figurino de Mônica Anjos, a maquiagem de Lecka Amaral, a preparação vocal de Ana Paula Albuquerque e a consultoria de produção da Luminosa Produções Artísticas.
Depois do sucesso da estreia, não poderíamos deixar de falar nos próximos passos. Apesar de não ter definido ainda novas datas ou um novo projeto, Paty dá sinais de que esse é uma caminho sem volta. “É pra frente que se anda. A minha ideia é seguir com a criação de repertórios que fazem sentido para mim, podendo entoar canções que reflitam a minha emoção. A minha intenção é incentivar a arte, levando, por meio dela, alegria e reflexão às pessoas que estiverem abertas a me ouvir”, promete a cantora que deixou o público do última final de semana com aquela grata sensação de querer mais.
Fonte: Bahia.ba