O novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou, em entrevista nesta quarta-feira (11/5), que sua primeira ação na pasta será pedir estudos ao governo sobre eventual privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), que é responsável por gerir os contratos da União no pré-sal.
“Meu primeiro ato como ministro será solicitar ao ministro Paulo Guedes, presidente do Conselho do PPI [Programa de Parcerias de Investimentos], que leve ao conselho a inclusão da PPSA no PND [Programa Nacional de Desestatização] para avaliar as alternativas para sua desestatização”, declarou Sachsida.“Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras”, completou.
Adolfo Sachsida ainda ressaltou que as medidas têm apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Deixo claro que essa meta, esse objetivo e esse norte foram expressamente apoiados pelo presidente Bolsonaro. Tudo o que estou falando tem 100% de aval do presidente da República”, assegurou.Por fim, o novo ministro afirmou que pretende aprovar “medidas estruturantes”, com o objetivo de atrair investimento privado. Entre as prioridades, estão o projeto de modernização do setor elétrico; de mudança do regime de exploração do pré-sal, de partilha para concessão; e de mudança no sistema de garantias.
Ele também defendeu a privatização da Eletrobras, processo que será julgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na próxima quarta-feira (18/5).
Saída de Albuquerque
Adolfo Sachsida ocupa o lugar de Bento Albuquerque, exonerado nesta quarta. Em comunicado à imprensa, o Ministério de Minas e Energia declarou que a saída de Albuquerque do governo foi uma “decisão de caráter pessoal e consensual”.
A troca ocorre após as recentes críticas do presidente à política de preços da Petrobras e um dia depois do aumento do preço do diesel.
“O ex-ministro Bento Albuquerque participa [informa] que a decisão de deixar o Ministério de Minas e Energia foi de caráter pessoal e tomada em reunião entre o presidente [Jair Bolsonaro] e ele de forma consensual. Por fim, agradece a oportunidade, afirma que se orgulha de ter participado do governo do presidente Bolsonaro, e continua a contar com a sua lealdade, respeito e amizade”, comunicou a pasta federal.
Bolsonaro tem feito críticas recorrentes à Petrobras e aos diretores da estatal. Em março deste ano, por exemplo, cobrou o então ministro Bento Albuquerque publicamente, após mais um reajuste no preço dos combustíveis.
Ministro olavista
Antes de assumir o Ministério de Minas e Energia, Sachsida integrava a equipe de Paulo Guedes, no Ministério da Economia, como assessor especial.
Sachsida foi aluno e é seguidor do filósofo Olavo de Carvalho, considerado um dos “gurus do Bolsonarismo”, que morreu em janeiro deste ano.
Fonte: Metrópoles