Sala de imprensa do Carnaval de Salvador vai homenagear o jornalista e escritor José de Jesus Barreto

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A sala de imprensa do Carnaval de Salvador, localizada no Campo Grande, terá uma homenagem especial em 2024 ao renomado jornalista e escritor soteropolitano, José de Jesus Barreto. Conhecido carinhosamente como Barretinho, o profissional de 75 anos, autodenominado “um operário da linguagem”, acumula uma vasta experiência em diversos meios de comunicação, desde jornais e revistas até rádio e televisão. Além disso, desempenhou papéis como professor, assessor de imprensa na Prefeitura de Salvador e em campanhas políticas, dedicando-se nos últimos anos às colunas sobre futebol no site Bahia Já e à escrita de livros.

A inauguração da sala de imprensa, marcada para quinta-feira (8) às 11h, contará com uma coletiva do prefeito Bruno Reis. Coincidentemente, no dia seguinte, José de Jesus Barreto celebra seu 76º aniversário, nascido em um domingo de Carnaval, festividade que sempre teve um papel central em sua trajetória pessoal e profissional. Como jornalista, Barreto acompanhou as transformações no Carnaval, desde o surgimento dos blocos Afro até a Axé Music, desempenhando um papel fundamental na projeção do evento para o mundo quando atuava na Secretaria de Comunicação.

Em relação à notícia falsa que circulou sobre ele nas redes sociais, Barreto afirmou: “O Carnaval em Salvador é uma transformação contínua. É como a vida, que está sempre mudando, e isso é ótimo. Não sou saudosista do ‘antigamente’, eu gosto do ‘hojemente’. Acho que o Carnaval resume todas as diferenças, misturas, divergências e entendimentos. Enfim, tudo o que é a sociedade, de um modo geral, está tudo aí, contido no Carnaval.”

Barreto, formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), teve como escola de jornalismo a redação da Tribuna da Bahia no início dos anos 70, onde aprendeu com nomes ilustres como Quintino de Carvalho, Milton Caires de Brito, Cid Teixeira e João Ubaldo Ribeiro. Fundador do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), ele também foi correspondente de jornais nacionais nos anos 80, como O Globo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil e Revista Veja, cobrindo eventos como o surgimento do Axé Music.

Com uma carreira multifacetada, Barreto também relembrou seus tempos como participante do bloco Filhos da Pauta nos anos 70, formado exclusivamente por jornalistas, destacando os desafios e a diversão de seus desfiles durante o Carnaval.

Em 1997, foi convidado pelo jornalista Tasso Franco, então secretário, para ser o seu subsecretário de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Salvador, onde permaneceu durante toda a gestão do prefeito Antônio Imbassahy, até 2004. Ou seja, justamente num momento em que o Carnaval mudou de patamar: era o auge do Axé Music, com dezenas de artistas baianos entre os mais ouvidos do país. E, ao mesmo tempo, o jornalismo vivia uma fase de transformação, provocada pela era digital.

“Pegamos um Carnaval que ainda era coberto de maneira analógica, precária, apesar do interesse na festa. Quando saímos da Secom, a gente estava mandando imagens ao vivo para o mundo. No nosso último Carnaval, eram 43 países credenciados, representados por seus veículos. Ou seja, foi um salto muito grande. A virada do século foi um momento de transformação de tecnologia. Uma equipe inteira se mobilizou e conseguiu botar o Carnaval no mundo online. Esse foi um grande legado que deixamos”, comenta Barreto.

Nos últimos anos, Barreto tem se dedicado à literatura. É autor dos livros da trilogia Entre Amigos, dedicada a Carybé e Pierre Verger e à relação deles com a obra de outros artistas, como Jorge Amado e Dorival Caymmi. Também publicou duas edições sobre a vida de Mestre Pastinha, criador da Capoeira de Angola, e os livros “Candomblé da Bahia – Resistência e Identidade de um Povo de Fé” e “Cacimbo – Uma experiência em Angola”.

Fonte: Blog do Valente

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