• Ministério cobra rigor do CFM • Pessoas com deficiência nas instituições de ensino • Tecnologia para monitorar novas pandemias • Colesterol em crianças • Johnson & Johnson paga indenização bilionária •
O ministério da Saúde assinou um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para acelerar a transformação digital do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na redução das desigualdades de acesso à saúde no país. Uma das principais preocupações destacadas foi a falta de conectividade em muitas das cerca de 43 mil unidades de atenção primária do país em funcionamento. Dados preliminares do levantamento realizado pelo ministério da Saúde apontam que 1,3 mil unidades não têm conectividade e outras 900 têm conectividade ruim. Durante a pandemia, o uso de ferramentas digitais aumentou significativamente, o que trouxe benefícios, mas também aumentou os riscos para a saúde individual e coletiva. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) faz referências à forma como as informações de saúde devem ser tratadas, mas deixa uma série de lacunas que precisam ser regulamentadas. O acordo com a Opas visa ainda a identificar as necessidades e formular projetos alinhados às diretrizes da organização e obter direcionamento técnico para o uso da política digital na área da saúde, além de buscar financiamento.
Ministério cobra CFM para que puna desinformação dos médicos
Mais um sinal da mudança de ares: o ministério da Saúde solicitou explicações ao Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre as medidas que a entidade vem adotando para reprimir profissionais que propagam informações falsas sobre as vacinas disponíveis no país. “Nos últimos anos, o movimento antivacina, considerado pela OMS entre as dez maiores ameaças à saúde global, ganhou maior visibilidade e vem propagando informações falsas à população geral e a profissionais de saúde”, afirma o ofício assinado pelo secretário-substituto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mauro Niskier Sanchez. A pasta informou que está empenhada no Movimento Nacional pela Vacinação e no objetivo de o Brasil voltar a ser referência global neste âmbito. A cobrança do ministério representa uma mudança na relação entre o governo federal e o CFM, que durante a crise sanitária da covid-19 se alinhou ao então presidente Jair Bolsonaro e consentiu com a possibilidade de médicos prescreverem remédios sem eficácia contra a doença.
A necessária presença de pessoas com deficiência nas escolas e universidades
Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2022, pessoas com deficiência representam 8,4% da população brasileira, mas sua presença nas instituições de ensino não é representativa de sua realidade, mostra matéria publicada pela Pesquisa Fapesp. Mesmo com enormes barreiras, a situação já foi pior. Com a aprovação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e a entrada em vigor da Lei Brasileira de Inclusão, em 2015, houve um aumento da presença de pessoas com deficiência no ensino superior. Em 2018, a quantidade de alunos com deficiência no ensino superior chegou a 55,8 mil, um crescimento de 78,8% em relação a 2014. Além disso, matrículas de estudantes com deficiência em programas de mestrado e doutorado stricto sensu aumentaram de 998 em 2017 para 2,8 mil em 2021. Mesmo assim, a presença de professores com deficiência ainda é tímida e a criação de políticas de acessibilidade e acolhimento tem sido um desafio para instituições de ensino e pesquisa.
Reino Unido prepara tecnologia para monitorar vírus respiratórios
Pesquisadores britânicos estão desenvolvendo uma tecnologia inovadora para monitorar mudanças genéticas em vírus respiratórios enquanto circulam pelo mundo, a fim de detectar variantes perigosas e agir como um sistema de alerta precoce para novas doenças e futuras pandemias. A equipe, sediada no Instituto Wellcome Sanger em Cambridgeshire, pretende tornar a tecnologia barata, fácil de usar e capaz de ser ampliada para fornecer vigilância global de uma ampla gama de vírus. O objetivo final do projeto é criar um sistema que possa identificar todas as espécies virais, bacterianas e fúngicas em uma única amostra coletada de um swab nasal do paciente. O projeto, chamado de Iniciativa de Vírus Respiratórios e Microbioma, está colaborando com a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido e outras entidades de saúde pública.
O alto colesterol em crianças e adolescentes
Uma revisão de 47 estudos relacionados a hábitos alimentares de crianças e adolescentes brasileiros apresentou importantes estimativas a respeito do colesterol neste público. Cerca de 20% possuem níveis altos de colesterol no sangue e até 27% tem o LDL, o chamado colesterol ruim, que acarreta o aparecimento precoce de doenças. Como mostrou reportagem do Estadão, os dados preocupam especialistas, que apontam maiores riscos de desenvolvimento de doenças do coração e até infartos e AVC precoces. Mães tentam se organizar e alterar hábitos alimentares, mas, como tem se debatido de forma consensual na pediatria, os motivos são variados e vão desde consumo excessivo de ultraprocessados a sedentarismo, por sua vez relacionado a hábitos contemporâneos de sociabilidade, consumo e entretenimento. Desinformação a respeito de valores nutricionais de alimentos também incidem no fenômeno, que é global e faz com que ao menos 380 milhões de crianças e adolescentes sejam obesas.
O talco cancerígeno e a indenização bilionária da Johnson & Johnson
A Johnson & Johnson concordou em pagar US$ 8,9 bilhões para encerrar dezenas de milhares de ações judiciais que alegam que seu talco para bebês e outros produtos causaram câncer. O acordo foi firmado após um julgamento em janeiro, nos Estados Unidos, que invalidou uma manobra de falência da J&J, na qual ela procurou passar a responsabilidade pelo talco a uma subsidiária que imediatamente entrou com pedido de falência. A J&J afirmou em um comunicado que cerca de 60 mil pessoas concordaram com a proposta. A venda do talco foi descontinuada.
Fonte: Outra saúde