O bairro de Pitanga, em Candeias, sediou a abertura da segunda etapa interior do projeto ‘Construir para Educar’, anunciado pelo Governo do Estado. A inauguração do Colégio da Polícia Militar de Tempo Integral Francisco Pedro de Oliveira, nesta segunda-feira (2), marcou o início das novas obras. O colégio, da Região Metropolitana de Salvador, já tem a estrutura modelo projetada para as novas unidades educacionais da Bahia e contou com mais de R$ 18 milhões, por meio da Secretaria da Educação (SEC) e da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder).
Para o governador Jerônimo Rodrigues o projeto não é apenas sobre infraestruturas escolares. “É política de permanência no campo, de fortalecimento do campo. E estamos chegando também com água tratada, com energia, com conectividade, com tecnologia. É um movimento para garantir o direito de um professor de dar uma aula em um teatro desse, de dar conforto para os estudantes, para que nossos alunos tenham ar-condicionado, uma luz boa, um assento confortável. E quem diria que nós tínhamos direito a isso? Nós estamos vivos para ver. Muita gente se foi sonhando com uma estrutura escolar dessa”, refletiu.
Do total investido no colégio de Candeias, cerca de R$ 17 milhões foram destinados à construção de 12 salas de aula, biblioteca, quatro laboratórios (de matemática e física; biologia e química, e linguagens e informática), duas salas multifuncionais – uma delas para aulas de dança –, um teatro com capacidade para 200 pessoas, restaurante estudantil, campo de futebol society, piscina semiolímpica e vestiários. Durante a inauguração da escola, foi entregue também um ônibus escolar rural ao município de Candeias e foi autorizada a abertura de licitação para a construção das novas unidades escolares do Construir para Educar Interior.
Secretária da Educação, Rowenna Brito enfatizou que as novas estruturas físicas já têm apresentado resultados positivos na redução da evasão escolar e na melhora do desempenho dos estudantes. “Estamos crescendo pelo terceiro ciclo consecutivo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com diminuição da evasão, aumento da permanência desses jovens e adolescentes nas escolas. E a gente sabe que uma boa infraestrutura física tem alto impacto na aprendizagem e tem intencionalidade, porque a gente está falando de educação integral, educação para garantir mais tempo dos nossos estudantes na escola e melhorar a aprendizagem”, avaliou.
Para a segunda etapa do projeto, mais de meio milhão de reais será destinado à construção de 11 novas escolas de ensino integral, 12 ampliações, seis modernizações e uma reforma em 18 municípios baianos. Cícero Dantas, Entre Rios, Ibirapuã, Ibititá, Itamaraju, Itapicuru, Jaguarari, Lajedão, Nova Viçosa, Campo Formoso, Prado, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal, São Gabriel, Simões Filho, Senhor do Bonfim, Umburanas e Veredas são as cidades contempladas.
Educação indígena
Fotos: Diego CardosoSão destaques da segunda etapa os colégios estaduais indígenas e do campo. No município de Prado, no extremo sul da Bahia, quatro escolas indígenas situadas nas aldeias Tawá, Corumbauzinho, Águas Belas e Kaí vão ter três novas unidades escolares construídas e uma escola ampliada e modernizada. Mais de 860 estudantes vão usufruir dos novos espaços. Já em Campo Formoso, duas comunidades quilombolas terão colégios modernizados e ampliados nos distritos de Lage dos Negros e de São Tomé.
Da etnia pataxó, Paloma dos Santos, de 14 anos, competiu pela primeira vez nos Jogos Escolares 2024 (JEB), organizado pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), e seu time de futsal venceu o terceiro lugar nas finais do campeonato. Para ela, a maior expectativa para a nova unidade da sua escola, em Prado, é a quadra poliesportiva.
“A gente quer muito uma estrutura nova. A gente veio jogar no JEB, aqui, em Salvador, no futsal sub-12 a 14, e a gente conseguiu o terceiro lugar, e para a gente é de bom tamanho, porque lá a gente treina em campo de areia solta, descalça. Aqui foi a primeira vez a gente jogou em quadra, calçando tênis de futsal, e a gente conseguiu o terceiro lugar, então é muito bom. Mas a gente quer muito uma quadra, piscina de natação, refeitório, tudo para que a gente possa treinar mais e conseguir o ouro, o primeiro lugar, nos próximos anos”, dividiu a adolescente sobre o Colégio Estadual Indígena Tawá. Outros nove colégios estaduais do campo também estarão contemplados nos distritos de Gameleira do Jacaré (São Gabriel), Posto da Mata (Nova Viçosa), Pereira (Santaluz), Nova Alegria (Itamaraju), Porto de Sauípe (Entre Rios), Pilar (Jaguarari), Lagoa Redonda (Itapicuru) e Igara (Senhor do Bonfim). Segundo informações da SEC, 50% das escolas dessa fase serão em comunidades indígenas, quilombolas e do campo. Mais de 4.192 estudantes dessas regiões vão ser diretamente impactados pelo projeto.
Rowenna Brito acrescentou “a gente está dando infraestrutura física com o olhar de cada uma dessas comunidades. Isso é importante reafirmar. Nas escolas indígenas, por exemplo, os indígenas nos ajudaram na construção do projeto, alinhado à realidade deles, com o olhar da cultura, com o olhar da relação que eles têm com a terra, com o solo. Então, nosso compromisso é com a comunidade do campo, com a comunidade quilombola, indígena, para que a sua história e a sua cultura sejam respaldadas pela educação”, frisou a secretária da educação.
Repórter: Milena Fahel/GOVBA, com a colaboração de Emerson Santos/AscomSEC / Fotos: Diego Cardoso