Alarcon da Silva Lima, (Bekão) é o homenageado desta semana do quadro ” Personalidade da Semana”

cidades Ipirá Personalidade da Semana

Alarcon da Silva Lima, nascido em 14/10/1962 na cidade de Ipirá-BA.

Ali, na sua infância, o menino que se destacava nos babas da praça da igreja jogando de Centroavante!

Mas, aos 13 anos, mudou de ideia sobre sua posição em campo, ao ir a Salvador ver ao vivo o jogo entre Vitória  X Internacional. Presenciou a atuação do Zagueiro Chileno Elías Figueroa, ídolo do Internacional, Alarcon disse: “Eu vou ser Zagueiro, eu quero ser igual a Figueroa!”

Ali firmou sua paixão pela posição, e decidiu ser Zagueiro. Onde o mesmo começou a jogar no time Infanto-juvenil do independente de Ipirá-BA, dirigido pelo professor Nininho, rodando por toda a região jogando futebol. Em 1979, aos 17 anos, jogando pela seleção de Ipirá, enfrentou o bom time profissional do Fluminense de Feira na época, o jogo foi 2 X 2. Um gol de Alarcon e uma bela atuação contra os veteranos profissionais!

Vale ressaltar que o Fluminense de Feira nesta época era muito respeitado. Daí, Alarcon foi convidado por “Merrinho” campeão baiano pelo Flu e na época técnico, a fazer um teste. Lá foi Alarcon, e com 10 dias de treino, já era o titular do Juniores, fazendo atuações acima da média foi convocado pela seleção baiana pra disputar o brasileiro de seleções, e pela sua boa atuação foi emprestado para o Vitória, time de Bebeto. Na seleção baiana e no Vitória jogou nos anos de 1980 a 1981. Chegando a jogar duas partidas pelo profissional do Vitória, e ter manifestação do Vitória para comprar o passe e fazer parte do elenco profissional. Mas, o Fluminense não cedeu! Em 1982, titular pelo profissional do Fluminense, Alarcon fez um excelente campeonato baiano, ajudando o Fluminense a terminar em terceiro lugar.

O jovem zagueiro, com apenas 19 anos, chegou a jogar contra, a marcar e ser elogiado pelo ícone do Bahia Dadá Maravilha, Tricampeão do Mundo de 1970 com Pelé, além de ter marcado craques conhecidos no Brasil, como o Osnir, Beijoca, Ricardo Silva, Jorge fraga, Léo Oliveira, Bobô, Douglas, etc…

Ainda em 1982, com o belo desempenho profissional, Alarcon ganha medalha de jogador revelação pelo Fluminense, onde no mesmo ano chegou a ser cogitado ir para o Botafogo do Rio de Janeiro, mas o Fluminense bem colocado no campeonato, e querendo segurar a joia não o cedeu.

Movido por  muita imaturidade da juventude e também por situações pessoais, a exemplo de perder sua maior base, a mãe, com apenas 12 anos, cicatriz que ele levava e carrega até hoje! Também perdeu suas primeiras filhas gêmeas em 1983, no período do início e auge profissional. Isso influenciou, desestabilizou, e com certeza está entre os fatores que atrapalharam o foco, a carreira e o brilho deste grande talento seguir em frente, em 1985 após quebrar o tornozelo, com apenas 23 anos, ele desiste, volta para Ipirá e abandona o futebol profissional.

Encerrando de forma precoce um grande talento, que tinha nível para marcar no futebol brasileiro e quiçá do Mundo! Mas Deus sabe de tudo!

Alarcon: “Eram épocas difíceis, o jogador que iniciava no nordeste, só tinha destaque se saísse pro eixo Rio-São Paulo. Na época o futebol, as estruturas dos times, a gestão, a valorização do atleta de futebol era diferente de hoje, o futebol do nordeste não tinha visibilidade, não se tinha empresários como hoje, não se tinha o profissionalismo e, ao mesmo tempo, não se tinha as facilidades que temos hoje, onde eu afirmo que nesta época só tinha craques, a concorrência era maior que hoje!”

As recordações, os reencontros: dentre o mês de maio de 2023, após seu filho Alex comentar com um amigo em comum, do Rio de Janeiro que o pai dele jogou com Bebeto, o amigo passou o contato de Alex para Bebeto, uma ligação, era uma das lendas do futebol mundial, o próprio Bebeto.

Foi um dia inesquecível, onde seu filho Alex destaca: “Foi num domingo, a tarde, onde eu atendo o telefone e uma voz calma e alegre me diz: “Fala Alex, quer dizer que você pergunta se eu vou lembrar do meu zagueiro, rapaz?! Tá maluco? Seu pai faz parte da minha vida, seu pai era um craque, aqui quem fala é Bebeto!”

Putz, eu tremi e chorei de emoção!

Receber essa ligação e poder ver a generosidade, humildade e reconhecimento de Bebeto com meu pai como jogador, foi algo que mudou minha vida, se eu já valorizava a humildade, Bebeto me ensinou a ser maior como ser humano! Hoje ter o contato, poder está falando por telefone com aquele ídolo do futebol e que viu meu pai surgir também, jogando juntos, o ídolo que cresci ouvindo meu pai falar, o craque que eu via na televisão, isso não tem preço. Além do craque, afirmo que conheci um ser humano genial, de luz, que passa uma paz, e que me agregou muito como ser.

Dentre a amizade, a humildade de Bebeto, ver o reconhecimento, onde Bebeto destaca e não poupa em elogios, falando várias vezes: “Você nao viu seu pai jogar, seu pai era craque, jogaria em qualquer time do Brasil, era nível de seleção brasileira!”

Poder falar com Bebeto e seu irmão Wilson, recordar aquela época, fez meu pai e eu chorarmos de emoção!

Eu sempre ouvir desde pequeno: “Teu pai era craque, vocês eram para ser ricos hoje, teu pai era nível de seleção brasileira”. Mas ouvir de Bebeto, não tem preço!

Alarcon: “Reencontrar Bebeto foi um prêmio para mim, além do orgulho e honra de termos jogado juntos, ele é um dos meus grandes ídolos no futebol. Lembro-me como hoje, no primeiro treino nosso no Vitória, na primeira bola que fui contra a ele, eu vi um gênio, inteligente, um craque!

Destaco aqui o seu irmão Wilson, o qual fez parte do nosso time e que fiquei feliz também em reencontrar!

Bebeto simboliza as boas lembranças da minha juventude, da minha paixão por futebol, eu vi o início de tudo, onde pegávamos ônibus juntos para treinar, representa os sonhos, a amizade, o respeito, o talento, a dedicação e exemplo como atleta e um grande ser humano que sempre foi!

Eu sempre me emocionei muito ao ver bebetinho jogando pela TV, ao vê-lo nas entrevistas, ao vê-lo marcando gols, conquistando títulos e sagrando-se ídolo com a camisa da seleção brasileira. Foi algo feliz demais vê-lo ali naquele patamar, foi a sensação de que ele levou um pedaço de cada um de nós daquela geração, daquele timaço do Vitória, no qual jogamos juntos e eu era o zagueiro titular e capitão do time, de onde vimos ele surgir para o futebol. Eu chorei de felicidade, quando ele foi campeão pelo meu Flamengo, ao lado de meu Ídolo Zico, quando ele se eternizou Tetracampeão Mundial e um dos maiores jogadores da história do Futebol!”

O Zagueiro de respeito:

Além de ouvir de Bebeto que Alarcon era nível seleção brasileira, ele é elogiado até hoje por vários amantes, jogadores amadores e  profissionais da sua época, a exemplo do ex-zagueiro Jorginho, irmão do campeão do mundo Junior Baiano. Jorginho que jogou no profissional do Bahia, Grêmio, etc. O mesmo conheceu Alarcon quando era Juniores do Flu e Alarcon do Profissional, onde Jorginho diz: “Alarcon era minha referência, eu me inspirei nele, eu ia ver o cara jogar, eu era fã, aquele cara hoje, era ao nível de futebol europeu, hoje Alarcon seria um jogador de seleção brasileira.” Disse Jorginho!

Para muitos boleiros e entendedores de futebol Ipiraense, Alarcon foi o maior Zagueiro da história de Ipirá-BA.

Até hoje os boleiros da região dizem: “Alarcon era absurdo, craque!

Eu só vi três caras para matar bonito no peito e sair jogando: Pelé, Cláudio Adão e Alarcon”.

(Risos).

O Tempo passa, a história fica:

Alarcon, (Bekão), conforme é conhecido no futebol de Ipirá-BA, marcou nos campeonatos locais no time do Leônico como zagueiro.

Fez história também nos lendários e nivelados babas do (DK e do Leônico) mas nos babas foi destaque jogando como Centroavante de área. Muitos relatos dizem: “Alarcon de centroavante também era craque, fazia gol de todo jeito, sabia ajeitar, fazia pivô de forma absurda, subia e cabeceava como ninguém, artilheiro, batia com as duas pernas e era frio na cara do gol.”

Alarcon: “No futebol eu não ganhei dinheiro, mas ganhei amigos, boas histórias que morrerão comigo com muito carinho.”

Alarcon em 1982 no Fluminense de Feira!

Alarcon na seleção baiana de juniores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *