Por Jorge Wellington ( Portal Ipirá City) – Segunda, 13 de outubro de 2025
É com profunda preocupação e um sentimento de indignação compartilhado por milhões de brasileiros que precisamos abordar um tema central para a crise que vive o país: o evidente descompromisso da maioria de nossos representantes políticos com as necessidades reais do povo.
O Brasil é uma nação de riquezas incomparáveis – seja em recursos naturais, potencial agrícola, diversidade cultural ou na força de trabalho do seu povo. No entanto, esta abundância não se traduz em qualidade de vida para a população. Pelo contrário, testemunhamos diariamente o agravamento de problemas históricos e estruturais:
- A fome que volta a assombrar lares mesmo tendo uma queda segundo o governo atual;
- Salários aviltantes que não acompanham o custo de vida;
- Um sistema de saúde público em colapso;
- Uma educação básica e superior sucateada;
- Uma das piores distribuições de renda do mundo;
- E uma segurança pública ineficaz, que ceifa vidas e gera insegurança generalizada.
Diante deste cenário dramático, a atuação de uma grande parcela da classe política causa espanto e revolta. A percepção generalizada é a de que os representantes eleitos pelo povo, uma vez instalados nos seus cargos, voltam-se primordialmente para a própria sobrevivência no poder, para o enriquecimento ilícito e para a manutenção de privilégios.
O que se observa, frequentemente, é uma encenação teatral. Partidos governistas e de oposição travam batalhas verbais acirradas nos estúdios de televisão e nas redes sociais, criando uma ilusão de disputa ideológica e de projetos de país. No entanto, nos bastidores, muitas dessas rivalidades são superficiais, dando lugar a acordos e conchavos que beneficiam a políticos e grupos de interesse, em detrimento do bem-estar coletivo. É uma combinação que engana o cidadão, fazendo-o acreditar que existe uma luta ferrenha por suas causas, quando, na realidade, o jogo político muitas vezes ignora essas mesmas causas.
Esta desconexão é a raiz de grande parte do nosso atraso. Enquanto a população clama por soluções concretas para problemas básicos, a energia do poder é desviada para jogos de ego, para a “arte” da negociação de cargos e para a aprovação de emendas que servem a interesses eleitoreiros, não ao interesse público.
É urgente que a sociedade desperte para este jogo e exija uma mudança de postura. A política precisa ser resgatada como instrumento nobre de transformação social, e não como um trampolim para ambições pessoais. Os cargos públicos devem ser ocupados por aqueles que genuinamente desejam servir, e não por aqueles que buscam ser servidos.
Conclamamos a todos os cidadãos e instituições da sociedade civil para que:
- Acompanhem de forma crítica o trabalho dos seus representantes.
- Cobrem explicações e resultados concretos.
- Participem ativamente dos espaços de debate e decisão.
- Valorizem candidatos e propostas que demonstrem compromisso ético e com as pautas sociais.
O Brasil possui todas as condições para ser uma grande e justa nação. O que nos falta, fundamentalmente, é uma classe política à altura do seu povo e dos seus desafios. Chega de encenação. O povo brasileiro merece compromisso, respeito e seriedade.
É hora de colocar o Brasil e o povo brasileiro em primeiro lugar.