Estudante estava a caminho da faculdade e perdeu uma amiga entre os 19 mortos na tragédia
Por: Gabriel Amorim no dia 24 de agosto de 2021
Era 24 de agosto de 2017 quando a lancha Cavalo Marinho I naufragou, em Vera Cruz. Nesta terça-feira (24), a tragédia na Baía-de-Todos-os-Santos completa quatro anos e a lembrança do acidente ainda é bastante presente para quem teve a vida impactada. “Quando entra agosto o clima já mudou, já vem as lembranças, passa um filme na cabeça mesmo. É uma data muito triste”, lembra a estudante Elen Silva, 24 anos, uma das sobreviventes,
Cerca de dez minutos depois de a embarcação de madeira com 116 passageiros a bordo deixar o Terminal de Mar Grande, na Ilha de Itaparica em um dia de mau tempo, chuva e mar revolto, o barco tombou. Ao todo, foram 19 mortos e 59 feridos. Sobreviventes e familiares dos mortos ainda aguardam na Justiça pelo pagamento das indenizações devidas. “Os processos estão todos parados. Apenas em alguns já houve audiência de conciliação”, conta a estudante. No caso de Elen, a audiência que aconteceu em 2019 terminou sem acordo e o processo segue parado.
O Tribunal Marítimo da Marinha do Brasil julgou o naufrágio em agosto de 2020 e decidiu condenar por unanimidade o dono e a empresa responsáveis pela lancha Cavalo Marinho I. O tribunal entendeu que o acidente aconteceu devido a problemas construtivos que não tinham sido detectados porque a embarcação não foi submetida à prova de inclinação e estudo de estabilidade depois que passou por uma reforma. O tribunal considerou que o número elevado de passageiros concentrados na parte de cima da lancha e apenas uma pequena parte na de baixo contribuiu para o naufrágio.
Entre as vítimas do acidente, apesar de passados quatro anos, ainda está presente a solidariedade. “Temos um grupo, estamos sempre enviando mensagens de conforto uns aos outros. Principalmente em datas específicas como aniversário de alguma vítima”, conta Elen.
Fonte: Metro 1