Associação Brasileira de Supermercados registra aumento de 17,8% no acumulado dos últimos 12 meses no preço da cesta básica
De uma lista de 100 itens de supermercado, cerca de 11 não são encontrados nas lojas. Isso é o que aponta uma pesquisa do Índice de Ruptura da Neogrid, empresa especializada em soluções para cadeias de suprimento, e o motivo está longe de ser desabastecimento.
Segundo o levantamento, na verdade, os estabelecimentos têm reduzido o estoque de produtos classificados como premium e de indulgência, os supérfluos, por conta da preferência dos consumidores pelos itens de primeira necessidade.
Mercadorias como vinhos, chocolates, cervejas premium, maionese, sorvetes e snacks, considerados os itens com que as pessoas costumam se presentear, têm sido dispensados das listas de compras e, consequentemente, diminuído de volume nos estoques dos mercados.
“A partir do momento que o consumidor tem essa mudança de comportamento, no qual ele troca de marca e troca de produto, o supermercadista observa esses movimentos e não vai querer investir tanto em alguns itens. Não vale investir, não vai ser todo item que ele vai apostar”, explica o diretor da Neogrid, Robson Munhoz.
A maionese, o chocolate e o leite condensado são os principais itens que apresentaram indisponibilidade nas lojas por conta da alta dos preços e pelo fato de serem dispensáveis na alimentação básica das famílias brasileiras.
As barras de chocolate não foram encontradas em cerca de 20% dos mercados, enquanto a maionese estava indisponível em 12% e o leite condensado em 11,5%.
Segundo o estudo, por conta da inflação, os consumidores dão preferência aos itens da cesta básica e de primeira necessidade. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) registou um aumento de 17,8% dos preços no acumulado dos últimos 12 meses em itens da cesta AbrasMercado de 35 itens.
O valor médio alcançou R$758,72 no mês de abril, segundo o levantamento da entidade. Em abril de 2021, o custo da cesta era de R$ 643,67.
Já o relatório Consumer Insights da Kantar, consultoria de dados, indica que, para driblar a inflação, o cliente tem adquirido menos unidades da cesta de commodities, como o café, o óleo de soja e o leite. Mesmo com a queda de 1,4% no volume de itens, ainda há impacto no bolso.
De acordo com o levantamento, o café torrado está 59% mais caro no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Por isso a bebida vem perdendo espaço na mesa do brasileiro, sendo substituída pela versão solúvel, que registrou um aumento de 30% na compra de unidades em relação a 2021.
Já os óleos especiais, como de girassol, milho e canola, vêm conquistando o espaço do óleo de soja. Os três apresentaram um aumento de 27,8% nas unidades comercializadas, enquanto o de soja teve retração de 4,9%. O Leite UHT também caiu em vendas: menos 2,3% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Fonte: CNN Brasil