Neurocientista alerta sobre os perigos do autodiagnóstico e do diagnóstico equivocado de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
A saúde mental nunca esteve tão em foco como atualmente. Depressão, ansiedade, síndrome do pânico e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) frequentemente são alvos de debate. Ainda assim, mesmo com uma infinidade de informações a respeito dessas condições, ainda existem muitos equívocos. Um exemplo disto é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
O TDAH é uma condição neurológica crônica que se manifesta por meio de sintomas como desatenção, agitação e impulsividade. O distúrbio ganhou bastante projeção nos últimos tempos, o que abriu margem para a população confundir seus sintomas com características comportamentais vindas do estilo de vida moderno.
Esse tipo de banalização, através de diagnósticos incorretos, é foco de um estudo do pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, que explica como ocorre a confusão acerca das duas condições. Para o especialista, parte do problema está nas redes sociais, que surgiram há pouco tempo e logo se tornaram parte essencial da nossa rotina.
“As redes sociais digitais demandam uma velocidade e multifoco muito além da que nosso cérebro está adaptado a processar, além da cultura narcísica formatada por ela. Isso desencadeia alterações comportamentais, como narcisismo patológico, ansiedade excessiva, hiperatividade, impulsividade, dificuldade para manter o foco, entre outras”, aponta o especialista.
Esses sintomas, que deveriam ter abordagens específicas, acabam recebendo outro tipo de intervenção após ser autodiagnóstico como TDAH. Ou então, muitas vezes o diagnóstico advém de um profissional, mas é equivocado, o que desvia o foco da real razão dos desequilíbrios. O resultado é a banalização de uma outra condição, o que é absolutamente perigoso, alerta o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
Fonte: Saúde em dia