Texaco deixa problemas no mercado brasileiro para o Grupo Ultra; marca não consegue expandir no país

Bahia Brasil economia News

Terça, 8 de abril de 2025

A Ultrapar participações (Grupo Ultra), dona da Ipiranga, sócia da Chevron no Brasil, e detentora da marca Texaco no país está com sérios problemas deixados no passado. A Rede Texaco voltou ao Brasil após 16 anos mas carregou com ela um imbróglio jurídico, com ação judicial em processo de descumprimento de contrato, investigações no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e no ‘compliance’ nos Estados Unidos.  

Desde 2012, a Texaco enfrenta condenação judicial e pendência milionária no valor de 60 milhões. Na época, a Texaco tinha contrato de exclusividade com a MLub para a distribuição em dois estados: Bahia e Sergipe. Entretanto, a Texaco vendia produtos por fora, descumprindo o contrato exclusivo.

Com a volta da Bandeira em outubro de 2024, o Grupo Ultra, que controla também a Ipiranga, vem tentando inserir a marca no mercado Brasileiro novamente, mas até o momento só abriu uma unidade em Palhoça, Santa Catarina.

A principal razão da Texaco não conseguir abrir os postos no país, são as pendências do passado. O caso é um alerta para o setor sobre a necessidade de analisar cuidadosamente contratos antigos e obrigações passadas antes de relançar marcas ou estabelecer parcerias.

A ICONIC, joint venture da Chevron e Ultrapar, dona da marca Texaco no Brasil escalou uma equipe de 82 advogados, para tentar reverter a batalha jurídica, que já foi reconhecida e vencida pelo TJ-BA. No time jurídico está Celso Cintra Mori, sócio do tradicionalíssimo Pinheiro Neto Advogados. O jurista é conhecido por defender as empresas de Elon Musk, “X” e Starlink, em recente ação no STF que bloqueou as operações das empresas do bilionário no país.

Além disso, um novo modelo de negócio está ocorrendo ‘por meio de teste’ no relançamento da Texaco no Brasil. Basicamente, o revendedor é detentor do ponto e escolhe a bandeira, que faz um investimento antecipado e assina contrato de exclusividade de fornecimento.

Vale lembrar que a Texaco investe pesado no marketing esportivo no país. No início do ano, a marca começou a estampar as camisas do Clube de Regatas do Flamengo, agremiação poliesportiva com sede no Rio de Janeiro. O contrato vai até 2026, em um valor de patrocínio de R$ 9 milhões.

Conclusão, a distribuidora baiana MLub teve prejuízos milionários com a quebra de contrato imposto pela Texaco. Agora, os profissionais do setor, distribuidores e investidores estão atentos aos próximos passos da saudosa empresa do ramo petrolífero, e as decisões do Grupo Ultra.

Além do imbróglio jurídico, a situação atraiu a atenção de autoridades reguladoras, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde tem uma suposta omissão contábil de 35 milhões no balanço. Uma investigação foi aberta sobre a conduta da empresa no país.

Fonte: Frank de Castro / Band.ba.com.br / Noticiabahia.com

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