Andrei Peroba, de 20 anos, teve braço esmagado após brinquedo despencar e atingir o chão. Ele segue internado na UTI do Hospital Geral do Estado (HGE).
A tia do jovem Andrei Peroba, de 20 anos, que teve um dos abraços amputados após um acidente em um parque de diversões, em Salvador, foi atropelada por um carro enquanto os familiares faziam um protesto no início da tarde desta segunda-feira (19), no bairro de Cajazeiras. O momento foi flagrado pela equipe de reportagem da TV Bahia.
A situação aconteceu às 12h18, quando os familiares de Andrei Peroba seguravam cartazes no meio da rua. O motorista do carro, de cor preta, avançou na direção do grupo e atingiu Andressa Peroba, que teve ferimentos leves no joelho.
Sentada no chão, ela desabafou sobre a situação do sobrinho. “O carro passou por cima de mim, queria me matar, mas eu não vou calar minha boca. Eu quero justiça pelo meu sobrinho, eu não estou roubando, matando, só quero justiça pelo meu sobrinho”, afirmou.
“Ninguém vai calar minha voz. Eu quero justiça por Andrei. Meu sobrinho foi mutilado”, gritou a tia do jovem.
Jovem teve abraço amputado
Na noite de quinta-feira (15), Andrei Peroba foi até o parque após o trabalho para se divertir com a irmã de 17 anos e a prima de nove. O rapaz segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE).
O protesto começou por volta das 6h desta segunda. A mãe das vítimas, Linéia Peroba, estava entre os protestantes e afirmou que o jovem não recebeu nenhuma assistência do estabelecimento.
“Eu quero uma resposta. Em alguns vídeos que eu vi, disseram que iam entregar essas porcaria aqui perfeita. Venha cá, vocês vão me entregar meu filho perfeito? Porque Deus me deu meu filho perfeito e essa porcaria aqui tentou destruir meu filho, destruiu o sonho do meu filho”, disse a mãe, revoltada.
Ainda segundo a mãe do jovem, Andrei Peroba está extremamente abalado com a situação. O rapaz conseguiu um emprego há três meses e foi ao parque com a prima e a irmã para se divertir.
“Só levaram meu filho uma hora depois que me contaram. É uma falta de respeito. Eu quero justiça”, afirmou Linéia Peroba, sobre o momento do acidente.
O local fica no Campo da Pronaica, no bairro Cajazeiras 10, e tem alvará de funcionamento. Após o acidente, o espaço foi interditado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur).
Os três familiares estavam no brinquedo estilo pêndulo, quando o equipamento despencou e atingiu o chão. O jovem teve o braço esmagado e testemunhas relataram que havia muito sangue no local. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o HGE.
A irmã de Andrei, Andreia, também se machucou. Apesar disso, os ferimentos foram leves e ela foi liberada depois de ser atendida no Hospital Eládio Lasserre.
Ela contou que havia visitado o parque outras vezes e, por isso, não desconfiava da falta de segurança dos equipamentos. Inicialmente, Andreia pensou que o tombo sentido pelas pessoas que estavam no brinquedo era algo natural.
“Depois percebi a batida e perguntei para a minha prima se ela estava bem. Aí vi meu irmão no chão, escutei ele gritando de dor e sai desesperada. Eu não podia fazer nada, só pedi ajuda. Só queria tirar meu irmão daquele lugar”, desabafou.
Outras pessoas que estavam no parque ouviram um estalo, que foi seguido de um estrondo. A empresária Vitória Marisa havia levado os dois irmãos no brinquedo momentos antes do acidente.
Depois de se divertirem, os irmãos de Vitória queriam voltar no pêndulo, mas decidiram antes passar na roda gigante.
“Houve um estalo assim bem alto, como se estivesse partindo alguma coisa. Quando olhei para trás, o brinquedo começou a entortar os dois eixos e bateu. Fez aquele barulhão, bateu primeiro e despencou”, disse.
Esse não é o primeiro caso de acidentes registrados no parque, já que quatro dias antes, uma estudante precisou levar quatro pontos no braço após se cortar em outro equipamento.
O que dizem as autoridades
A Sedur informou que o local deverá ficar fechado até a emissão do laudo de perícia técnica que, segundo o Departamento de Polícia Técnica (DPT), tem o prazo de 10 dias, que pode ser prorrogado. O dono do parque de diversões ainda não se pronunciou sobre o acidente.
De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), a suspeita é que o acidente foi causado por falha mecânica ou falta de manutenção – o que só poderá ser comprovado com a perícia.
Em nota, o Corpo de Bombeiros confirmou que prestou socorro à vítima e que fez a vistoria do parque em relação a prevenção de incêndio e pânico. A vistoria em relação a manutenção dos equipamento não é feita pela corporação.
A Câmara Municipal de Salvador requereu acesso aos documentos que autorizaram:
- a instalação do parque no local;
- o funcionamento do brinquedo em que aconteceu o acidente;
- esclarecimentos sobre a realização de vistorias técnicas nos equipamentos do parque.
A Polícia Civil investiga o caso.
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Fonte: G1 Bahia