Por Gleidson Souza (Ipirá City)
Todos os parlamentares baianos votaram por aumento da conta de luz — e ninguém quis manter o veto
Em uma decisão que pode impactar o bolso de milhões de brasileiros, todos os deputados e senadores da Bahia votaram a favor da derrubada do veto presidencial que impedia a aprovação de dispositivos polêmicos no projeto de lei sobre energia eólica offshore. A votação ocorreu no Congresso Nacional em 17 de junho de 2025, e trouxe de volta ao texto final os chamados jabutis, dispositivos incluídos que beneficiam grandes grupos do setor elétrico — e que podem gerar, segundo especialistas, um custo de até R$ 197 bilhões aos consumidores até 2050.
Base governista unida no Senado

Na ala baiana do Senado, os três parlamentares — Angelo Coronel (PSD), Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD) — votaram pela derrubada do veto. Todos pertencem à base do governo federal. Nenhum votou pela sua manutenção.
A bancada da Bahia na Câmara: 100% contra o veto
Na Câmara dos Deputados, nenhum parlamentar baiano votou pela manutenção do veto. Veja a lista completa dos 27 deputados da Bahia que votaram para derrubá-lo, favorecendo a volta dos trechos criticados no texto final:
- Adolfo Viana (PSDB)
- Alice Portugal (PCdoB)
- Capitão Alden (PL)
- Claudio Cajado (PP)
- Dal Barreto (UNIÃO)
- Daniel Almeida (PCdoB)
- Diego Coronel (PSD)
- Elmar Nascimento (UNIÃO)
- Gabriel Nunes (PSD)
- Ivoneide Caetano (PT)
- Jorge Solla (PT)
- Josias Gomes (PT)
- José Rocha (UNIÃO)
- João Leão (PP)
- Leo Prates (PDT)
- Lídice da Mata (PSB)
- Márcio Marinho (REPUBLICANOS)
- Mário Negromonte Jr. (PP)
- Otto Alencar Filho (PSD)
- Pastor Sargento Isidório (AVANTE)
- Paulo Azi (UNIÃO)
- Paulo Magalhães (PSD)
- Raimundo Costa (PODEMOS)
- Rogéria Santos (REPUBLICANOS)
- Valmir Assunção (PT)
- Waldenor Pereira (PT)
- Zé Neto (PT)
O que está em jogo
Segundo organizações como o Instituto Pólis e o Idec, os jabutis restaurados criam subsídios cruzados e benefícios setoriais pagos pela tarifa de energia elétrica, o que significa que o consumidor comum — especialmente o de baixa renda — arcará com a fatura.
Apesar de parlamentares afirmarem que a derrubada do veto tem o objetivo de garantir segurança jurídica ao setor energético, críticos apontam a medida como um retrocesso em transparência e justiça tarifária.
Enquanto isso, os eleitores da Bahia — que já enfrentam uma das tarifas mais altas do país — devem observar de perto os desdobramentos da decisão tomada por seus representantes.
Foto: Reuters/Adriano Machado