À CNN Rádio, o neurologista Erasmo Casella fez o alerta de que o atendimento a pessoas com autismo ainda é pobre no Brasil
O Dia Mundial da Conscientização sobre Autismo, criado pela Organização das Nações Unidas, acontece em 2 de abril.
À CNN Rádio, o neurologista Erasmo Casella considera a data muito importante para “as pessoas aprenderem a respeitar, já que os autistas sofrem bullying” e conscientizar sobre as diferenças.
De acordo com o especialista, o Transtorno do Espectro Autista engloba várias situações.
“Ele se caracteriza pela dificuldade de interação da pessoa com os outros, tanto do ponto de vista verbal, como não-verbal”, disse, já que há pessoas que falam e outras que não.
“Há também dificuldade de interação não-verbal, a comunicação não é boa, e outras características, como seletividade alimentar e algumas manias, como de enfileirar carrinhos, e falta de interagir com o outro”, completou.
O TEA é dividido por níveis, o nível 1 tem um grau maior de independência, enquanto o 3 é mais dependente.
“Para fazer essa classificação nos primeiros anos de vida é difícil, depois de 5 anos dá para se ter uma ideia melhor”, lembrou.
De acordo com o médico, os profissionais de saúde foram aprendendo com o tempo a diagnosticar, o que fez com que o “transtorno raro se tornasse relativamente frequente.”
Erasmo Casella destacou que, devido à divulgação e conhecimento, muitos adultos reconheceram em si próprios características do autismo.
O neurologista lamentou o fato de que “estamos engatinhando no crescimento do acesso ao atendimento do serviço público.”
Uma equipe envolve fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, e musicoterapeutas, o que “não é fácil e a oferta acaba sendo bem pobre.”
O tratamento em si envolve, por exemplo, “treinar olhar nos olhos, sociabilizar, tentar impedir movimentos repetidos”.
*Com produção de Isabel Campos