Trombectomia Mecânica: Conheça Novo Tratamento Para AVC Disponível No SUS

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Em comparação com tratamento anterior, trombectomia mecânica oferece uma maior janela de atendimento e deixa menos sequelas do AVC

Uma portaria do Ministério da Saúde publicada em 27 de novembro de 2023 incluiu mais um tratamento no SUS para pacientes vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico agudo. Trata-se da Trombectomia Mecânica (TM), que soma-se à trombólise como forma de tratar a doença na rede pública de saúde.

O que é a Trombectomia Mecânica (TM)

O neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, Dr Victor Hugo Espíndola, explica que a trombectomia mecânica é o tratamento usado nos casos de AVCs mais graves, em que há a obstrução de uma grande artéria, uma das principais que irrigam o cérebro. 

O procedimento é feito por meio de cateterismo. “A gente insere cateteres ou na artéria femoral, na virilha do paciente, ou na artéria radial, no braço, e navega com esse cateter até a artéria cerebral que está obstruída. Chegando no ponto de obstrução, a gente pode usar cateteres de aspiração para aspirar, escoar ou pra poder tirar esse coágulo, desobstruindo a artéria e restabelecendo o fluxo sanguíneo cerebral”, detalha o neurocirurgião. 

Segundo ele, este é um dos principais tratamentos que existem hoje na medicina em questão de qualidade. “Os resultados são muito bons. Normalmente o paciente que tem AVC grave, se não for submetido a esse tratamento, ou ele vai a óbito ou vai ter sequelas graves. Agora, com a trombectomia mecânica, a gente consegue muitas vezes deixar o paciente até sem sintomas ou com sequelas mínimas”, destaca.

Por isso, o médico julga essencial a incorporação da trombectomia mecânica ao SUS. “É um tratamento que já está disponível na rede privada há muito tempo, mudando a qualidade de vida e o prognóstico da doença”, afirma. Para o especialista, este é “um ganho muito grande, em questão de saúde coletiva”.

Vantagens da TM em relação à trombólise no tratamento do AVC

Anteriormente, os pacientes vítimas de AVC isquêmico que buscavam atendimento médico no SUS poderiam contar apenas com a trombólise como forma de tratar a doença. Neste caso, os médicos injetam uma medicação na veia para tentar dissolver o coágulo.

“Ela pode ser feita em até 4 horas e meia, e normalmente ela não funciona para trombos muito grandes. Isto é, quando a gente tem uma artéria muito grande obstruída. Isso porque ela não tem potência suficiente para dissolver o trombo”, diz Victor Hugo.

Segundo ele, quando só existia esse tratamento disponível na rede pública, a trombólise não era efetiva para aqueles pacientes com AVCs mais graves. “Então, o paciente ficava sem tratamento adequado e iria evoluir ou com óbito ou com sequelas muito graves”, lembra o médico. 

O profissional comenta ainda que, com a trombectomia mecânica, é possível tratar esses pacientes mais graves e a janela de socorro é maior. “Enquanto que a trombólise pode ser feita em até 4 horas e meia, a trombectomia mecânica a gente consegue estender em até 24 horas. Lembrando que quanto mais precoce for o tratamento, melhor”, compara. 

Aliás, o neurocirurgião lembra que, apesar de toda essa evolução no tratamento, ele ainda tem relação íntima com o tempo. “Então, na menor suspeita de AVC, é preciso encaminhar o paciente o mais rápido possível para o hospital para instituir esse tratamento adequadamente, a fim de tentar deixar o paciente com o mínimo de sequelas possíveis”, destaca. 
“Lembrando que a grande maioria dos AVCs, até 80% dos casos, podem ser prevenidos controlando os principais fatores de risco: pressão alta, obesidade, tabagismo, sedentarismo e colesterol elevado. Então, mantendo um estilo de vida saudável, é possível evitar a grande maioria dos casos de AVC”, finaliza o médico.

Fonte: Saúde em dia

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