Por Lara Perpétuo – Sábado, 30 de novembro de 2024
Presidente eleito dos EUA diz que, se o grupo econômico criar ou apoiar a criação de qualquer outra moeda que substitua o dólar, “deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”
Donald Trump ameaçou, neste sábado (30/11), impor “tarifas de 100%” a países do Brics, se eles tentarem acabar com a prevalência do dólar no comércio internacional. Em publicação na própria rede social, o presidente eleito dos Estados Unidos exigiu que o bloco econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países não crie nova moeda nem apoie a criação de qualquer outra que possa substituir a moeda americana.
“Pedimos que se comprometam […] a não criar nunca uma nova moeda do Brics, e a não apoiar nenhuma outra moeda para substituir o possante dólar americano, ou enfrentarão tarifas de 100% e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, escreveu Trump na Truth Social.
“Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”, completou.
Em outubro, Lula defendeu, em reunião do Brics na Rússia, a criação de meios de pagamentos alternativos entre os países que fazem parte do bloco, a fim de, como nações emergentes, não dependerem do uso do dólar para negociação interna.
Segundo a Folha, a sugestão de criação de uma moeda de referência para comércio entre os países não foi aceita pela Índia. A Rússia acreditava, na reunião de outubro, que a desdolarização seria prioridade para contornar sanções impostas pelos EUA. A China também apoiou a possibilidade.
Além dos países que dão nome à sigla, fazem parte do Brics, desde janeiro, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. O Brasil assumiu a presidência do bloco, cujo banco é atualmente presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff, este ano e segue no comando até 2025.
O Correio aguarda pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores.
*Com informações da AFP.