Por Gleidson Souza (Ipirá City)
Na última sexta-feira, 9 de maio, o programa Bate Papo na City recebeu o jornalista e cientista político Valdeck Alves para uma análise aprofundada sobre os desdobramentos da morte do papa Francisco e a rápida eleição de seu sucessor. Durante a live, Valdeck trouxe reflexões sobre a hegemonia na escolha do novo papa e a injustiça sofrida por Francisco ao ser rotulado como comunista e progressista.

Segundo Valdeck Alves, a velocidade com que o novo papa foi eleito demonstra que houve uma hegemonia na escolha, indicando um consenso interno no Vaticano. Esse processo levanta questionamentos sobre a influência das alas conservadoras e o possível direcionamento da Igreja após a morte de Francisco.
Ele destacou que, apesar das críticas que Francisco recebeu ao longo de seu pontificado, ele não reformulou conceitos fundamentais e inegociáveis da Igreja, como o aborto e o sacramento do casamento. Esses valores continuam sendo pilares da doutrina católica.
O jornalista enfatizou que Francisco não fez mudanças dogmáticas, mas sim pastorais, buscando uma Igreja mais acolhedora, especialmente para aqueles que não se adequam completamente às doutrinas tradicionais.
Separação entre doutrina e dogma
Um dos pontos centrais da análise de Valdeck Alves foi a necessidade de separar doutrinas de dogmas dentro da Igreja. Segundo ele, Francisco não alterou princípios essenciais, mas trabalhou para humanizar a instituição, tornando-a mais acessível e compassiva.
A única mudança dogmática significativa promovida por Francisco foi em relação à pena de morte, que hoje é considerada uma prática inaceitável dentro da Igreja Católica. Essa decisão reflete sua visão de uma Igreja mais voltada para a dignidade humana e a misericórdia.
Valdeck concluiu que a Igreja precisa aprender a acolher aqueles que não se encaixam perfeitamente na doutrina, sem abrir mão de seus valores essenciais. O legado de Francisco, segundo ele, não foi de ruptura, mas de humanização, promovendo um olhar mais inclusivo e pastoral.
” O papa Franciso para a Igreja fou uma arejar, um sopro de vitalidade para um mundo conturbado que estamos vivendo, ” disse.