Competição no Havaí abre temporada que terá um total de 9 etapas regulares, além do Finals, evento em mata-mata que definirá o campeão, em setembro, na Califórnia. Brasil busca 8º caneco
Começou nesta segunda-feira o Circuito Mundial de Surfe 2024 da WSL. Assim como nos três anos anteriores, o calendário seguirá o mesmo formato, com etapas regulares antes da disputa do Finals, o evento em mata-mata que define os campeões masculino e feminino. A primeira parada do Tour é a tradicional onda de Pipeline, no Havaí. A chamada inaugural do evento será às 14h30 desta segunda (7h30 no horário local), e a janela vai até o dia 10 de fevereiro.
– A gente sabe que, até 2014, o Brasil não fazia parte dessa festa. Era um intruso, porque estava no Circuito Mundial, mas não era protagonista. De 2014 para cá a coisa mudou. Tirando os dois anos que o John John Florence venceu (2016 e 2017), tosos os outros títulos foram conquistados pelo Brasil. Hoje em dia, podemos dizer que o Brasil é protagonista num Circuito que era comandado por havaianos, australianos e americanos – disse o comentarista de surfe da Globo, Breno Dines.
Dos quatro brasileiros que já foram campeões mundiais de surfe, três estarão em ação no Circuito deste ano. Atual bicampeão, Filipe Toledo terá como um dos principais adversários o também brasileiro Gabriel Medina, dono de três conquistas da WSL. Vencedor do Tour em 2019, Italo Ferreira é outro brazuca que quer voltar a ser o melhor surfista do mundo.
Além dos três, o país será representado no Circuito Mundial masculino por: João Chianca (que não compete nas duas primeiras etapas), Yago Dora, Miguel Pupo, Caio Ibelli, Samuel Pupo e Deivid Silva. No feminino, Tatiana Weston-Webb e Luana Silva tentarão um título inédito para o Brasil. Campeão mundial em 2015, Adriano de Souza, o Mineirinho, acredita que o país tem boas chances de manter a hegemonia construída a partir de 2014.
– A minha torcida sempre vai ser pelo Brasil, porque eu sei o quanto é difícil e o quanto é que nós brasileiros temos que lutar para conquistar algo fora. A gente sempre vai ser a pessoa com menos credibilidade que os outros, então a nossa luta sempre vai ser maior. A gente construiu um caminho muito bonito nos últimos anos, fui muito feliz em colocar o meu nome na história e acho que temos tudo para continuar nesse ritmo – comentou Mineirinho.
Sobre Pipeline
Considerada uma das ondas mais nobres do Circuito Mundial, Pipeline fica na ilha de Oahu, uma das componentes que formam o arquipélago do Havaí. Por ser uma praia recheada de recifes de corais que ficam na superfície do mar, Pipeline é considerada uma das ondas mais perigosas e desafiantes do WCT. Com sete títulos no local, Kelly Slater é o maior vencedor da etapa havaiana, seguido por Andy Irons, que levantou o caneco quatro vezes.
O Brasil só possui três vitórias em Pipe: uma com Adriano de Souza em 2015, outra com Gabriel Medina em 2018 e a terceira com Italo Ferreira em 2019. Por ser uma onda considerada violenta, Pipeline só foi aceita no calendário feminino a partir de 2022. As vencedoras das duas competições de mulheres realizadas no local foram a havaiana Moana Jones Wong (2022) e a compatriota Carissa Moore (2023).
Entenda o formato
O Circuito Mundial masculino conta com a participação de 34 surfistas. Já o feminino tem um total de 17 atletas. A temporada é disputada em nove etapas regulares, além do WSL Finals. As cinco primeiras etapas servirão para definir a linha de corte. Em outras palavras, após Margaret River, apenas os 22 surfistas mais bem colocados no ranking masculino e as 10 melhores do ranking feminino seguirão na disputa do título. Classificam-se para o Finals, os cinco melhores ao fim da 9ª etapa.
Assim como nos três anos anteriores, o evento decisivo será em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. Os campeões masculino e feminino serão conhecidos na janela de 6 a 14 de setembro. O Finals acontece no formato de mata-mata. Na primeira rodada, o 4º colocado do ranking enfrenta o 5º. Quem passar enfrenta o 3º e assim sucessivamente. A decisão contra o número 1 do mundo, porém, será numa melhor de três baterias.
A única diferença em relação ao Circuito Mundial 2023 é a volta de Fiji ao calendário. A etapa entra no lugar da piscina de ondas de Kelly Slater. A Praia de Itaúna, em Saquarema-RJ, segue como a parada brasileira do Circuito. O evento acontece de 22 a 30 de junho, última competição antes da pausa para as Olimpíadas de Paris.
Veja o calendário completo
- 1ª etapa: Pipeline, Hawaii (EUA) – 29 de janeiro a 10 de fevereiro
- 2ª etapa: Sunset Beach, Hawaii (EUA) – 12 a 23 de fevereiro
- 3ª etapa: Peniche (Portugal) – 6 a 16 de março
- 4ª etapa: Bells Beach (Austrália) – 26 de março a 15 de abril
- 5ª etapa: Margaret River (Austrália) – 11 a 21 de abril
- ——————————– Corte de temporada ——————————————-
- 6ª etapa: Teahupoo (Taiti) – 22 a 31 de maio
- 7ª etapa: Punta Roca (El Salvador) – 6 a 15 de junho
- 8ª etapa: Saquarema (Brasil) – 22 a 30 de junho
- ————————— Jogos Olímpicos Paris 2024 ————————————
- 9ª etapa: Cloudbreak (Fiji) – 20 a 29 de agosto
- WSL Finals: Trestles (EUA) – 6 a 14 de setembro
Os últimos campeões mundiais
Na história, apenas sete países já conquistaram o título mundial masculino (África do Sul, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Havaí, Peru e Reino Unido) e cinco faturaram a taça feminina (África do Sul, Austrália, Estados Unidos, Havaí e Peru).
A Austrália tem o maior número de títulos entre os homens (20) e entre as mulheres (24), com as duas maiores campeãs da história – Stephanie Gilmore, com oito, e Layne Beachley, com sete títulos. O maior campeão da história, porém, é o americano Kelly Slater, com 11 taças. O Circuito Mundial de Surfe é disputado desde 1976.
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Fonte: GE