PF mira lideranças do tráfico em comunidade indígena na Paraíba

Brasil

Segunda as investigações, os criminosos estariam intimidando moradores nativos

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-PB), coordenada pela Polícia Federal, deflagrou, nesta quinta-feira (12), a Operação Potiguara para desarticular uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas e pela intimidação dos moradores nativos da Terra Indígena Tramataia, no município de Marcação, na Paraíba.

A ação inclui o cumprimento de mandados de busca e apreensão em residências de suspeitos de comandar o tráfico na região, com o objetivo de proteger as aldeias da etnia Potiguara e responsabilizar os envolvidos.

Dois homens ligados à facção foram presos durante a operação.

À CNN, a Polícia Federal explicou que os suspeitos têm familiares na região, o que facilita a presença frequente no local, onde estabeleceram um esquema de tráfico de drogas que tem gerado tensão e medo nas comunidades indígenas.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos, todos expedidos pela 4ª Vara Regional das Garantias/PB, em endereços de suspeitos apontados como líderes do esquema criminoso.

O objetivo é obter mais provas para a conclusão das investigações, que podem resultar em acusações de tráfico de drogas, organização criminosa e ameaça.

Na operação, a FICCO-PB conta com a participação de uma força-tarefa composta pela Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, além de órgãos como a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social da Paraíba e a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária da Paraíba.

Prisão

A Operação Potiguara ocorre após a prisão, no dia 27 de novembro, de um homem suspeito de comandar o tráfico de drogas na região da aldeia Tramataia.

Segundo a Polícia Federal, o indivíduo, vinculado a uma facção criminosa e investigado por porte ilegal de armas, estava ameaçando os moradores indígenas para manter o controle sobre as atividades ilícitas na área.

A prisão foi realizada em uma ação coordenada entre diversas forças de segurança, dentro da própria aldeia onde o homem residia.

A Terra Indígena Potiguara

A Terra Indígena Potiguara, onde estão localizadas as aldeias de Marcação, abrange também áreas nos municípios vizinhos de Baía da Traição e Rio Tinto.

A região abriga cerca de 1.979 indígenas da etnia Potiguara e é composta por várias aldeias, como Caieira, Lagoa Grande, Camurupim, Tramataia, Estiva Velha, Monte-Mor e Jacaré de São Domingos.

Originalmente, a Terra Indígena Potiguara cobria cerca de 57 mil hectares, mas ao longo dos anos, essa área foi progressivamente reduzida.

Atualmente, a área reconhecida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) é de aproximadamente 20 mil hectares.

Fonte: CNN

Foto: PF/Divulgação