Insegurança no Relacionamento: Um espelho do nosso interior

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Por Léo Araújo

A insegurança no relacionamento é uma das emoções mais complexas que podemos vivenciar. Ela surge como uma sombra silenciosa, infiltrando-se nos momentos de vulnerabilidade e plantando dúvidas onde deveria haver confiança. Muitas vezes, ela não reflete apenas o que está acontecendo entre duas pessoas, mas também algo mais profundo: nossa relação conosco mesmo.

Por que sentimos insegurança? Às vezes, ela vem de experiências passadas que deixaram marcas, como traições, rejeições ou a ausência de validação emocional. Outras vezes, nasce de um medo do desconhecido, de perder alguém que amamos ou de não sermos “bons o suficiente”. Independentemente de sua origem, a insegurança pode nos levar a comportamentos que minam o próprio relacionamento que tentamos proteger: ciúmes, controle excessivo ou a constante busca por reafirmação.

Mas e se, ao invés de tentar silenciar ou esconder essa insegurança, a encarássemos como um convite ao autoconhecimento? Em vez de olhar apenas para o parceiro e buscar respostas ou garantias, que tal olhar para dentro? Nossas inseguranças dizem mais sobre nossas próprias necessidades e feridas do que sobre a realidade do relacionamento.

Confiança, no fundo, é construída em dois níveis. O primeiro é a confiança no outro: acreditar na integridade, no amor e na intenção de quem escolhemos como parceiro. O segundo, e talvez o mais importante, é a confiança em nós mesmos: a certeza de que, independentemente do que aconteça, somos capazes de nos reconstruir, nos valorizar e encontrar felicidade dentro de nós.

Curar a insegurança exige diálogo aberto, tanto com o parceiro quanto consigo mesmo. Requer coragem para expressar medos sem acusações, para pedir o que se precisa sem exigir, e para reconhecer que o amor saudável não se baseia em controle, mas em liberdade.

Lembre-se: todos têm momentos de dúvida, mas eles não precisam definir a trajetória do relacionamento. Quando acolhemos nossa insegurança com compaixão e trabalhamos para transformá-la, abrimos espaço para um amor mais maduro, leve e verdadeiro – um amor que não exige perfeição, mas que cresce na autenticidade.

Talvez o maior aprendizado seja este: a segurança que buscamos no outro começa, antes de tudo, dentro de nós.

Foto: cottonbro studio/Pexels