Derivados da soja seguem em queda na bolsa de Chicago

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Os preços internos do farelo de soja também recuaram em abril

No mercado internacional, o preço do farelo de soja em Chicago seguiu em queda. A média dos preços do produto em abril foi de USD 451,22/ton, 5,2% menor em relação a
março. No mês atual, o preço futuro de 1° vencimento fechou o último dia de maio em USD 387,40/ton. O valor registrado foi o menor desde ago/22. A NOPA (Associação Americana de Processadores de Oleaginosas) divulgou que, em abril, o esmagamento de soja foi de 4,671 milhões de toneladas, valor recorde para o mês. O maior processamento no quarto mês do ano contribuiu para grande oferta do farelo, o que pode ter pressionado as cotações. Além disso, nos Estados Unidos, a demanda das fábricas de ração e dos produtores de aves e suínos foi mais comedida, na expectativa de quedas adicionais para o preço do farelo, o que fez pressão nos preços de maio.

Os preços internos do farelo de soja também recuaram em abril. De acordo com o Cepea, a média de preços na região de Campinas – SP foi 9,9% menor em abril contra março. No mês de maio, as cotações continuaram em queda, com o preço de Campinas no dia 31/05 fechando em R$ 2.182,85/ton, sendo que a média do último mês foi 7,1% menor em relação a abril. Os preços estão desaquecidos por conta também de uma postergação das compras por partes de suinocultores e avicultores.

Já para o óleo de soja, o preço na CBOT recuou em abril, pelo quinto mês consecutivo, e em maio continuou em queda. De acordo com a NOPA, no mercado doméstico nos Estados
Unidos, o volume divulgado de estoque comercial do produto em abril foi de 889 mil toneladas, em um período em que sazonalmente o volume ofertado tende a crescer, já que as
indústrias esmagadoras precisam eliminar os estoques de seus produtos para se preparem para a nova safra. Entretanto, o mercado aguardava por um número menor, o
que então limitou a reação dos preços em maio, já que as cotações do produto fecharam o quinto mês do ano em queda.

Biocombustíveis

O processamento nos maiores produtores globais de soja crescerá na safra 2023/24. Brasil, EUA e Argentina devem adicionar mais 10 MM t de soja esmagada na próxima safra,
contra uma queda de 4,4 MM t nessa temporada, liderada pela diminuição do processamento argentino. O aumento é orientado pelo crescimento da produção de diesel
renovável nos EUA e de biodiesel no Brasil. Se por um lado a demanda de óleo continua crescendo, por outro a maior oferta de farelo deve favorecer o cenário de custos de
produção das carnes.

Aumento da demanda por óleo de soja pela indústria de biocombustíveis pode suportar as cotações do derivado. O preço do óleo de soja reagiu, na CBOT, após o governo dos
EUA cancelar a introdução de créditos de biocombustíveis (RINS) que seriam emitidos por montadoras de carros elétricos. No final do ano passado, o governo dos EUA, por
meio da agência de proteção ambiental americana (EPA), indicou que também introduziria no RFS (programa mandatório de utilização de biocombustíveis) a indústria de
carros elétricos, o que traz competição às usinas de biodiesel pelas emissões de créditos de descarbonização.

No final de 2022, os preços do óleo de soja reagiram negativamente a essa medida, entretanto, após o cancelamento da proposta, o produto reagiu, com os preços fechando a semana do dia 26 em cUSD 48,82/lb. Nos últimos dias de maio, as cotações do óleo recuaram por conta das quedas da soja em grão, entretanto, nos próximos meses,
novas medidas relacionadas aos biocombustíveis podem dar alguma sustentação para os preços.

Já para os preços domésticos do farelo de soja no mercado brasileiro a expectativa de suporte fica por conta das exportações. Para o mês de maio é esperado um alto valor
de embarques para o farelo e o óleo. Mesmo em um cenário de altas vendas externas do farelo em 2023, o escoamento talvez não seja capaz de suprir 100% as quebras da
Argentina, a depender de quanto será processado de soja no país. Ademais, os olhos ficam também para a capacidade logística das exportações brasileiras, em um ano de um
fortes exportações de soja, milho, açúcar e farelo, os quais são produtos que competem logisticamente entre si.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA

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