A África do Sul, país onde a ômicron de coronavírus foi inicialmente detectada, em novembro, anunciou nesta sexta-feira (31) ter superado o pico da onda causada pela variante sem notar um aumento significativo nas mortes.
Muitos países vivem recordes de infecções causados, em parte, pela variante ômicron.
“Segundo os nossos especialistas, a ômicron atingiu o seu pico sem se traduzir numa mudança significativa ou alarmante no número de hospitalizações”, disse o ministro na Presidência, Mondli Gungubele. Ele afirmou que o governo se manterá vigilante.
O toque de recolher noturno, em vigor há quase dois anos, finalmente foi levantado.
“Nós procuramos encontrar um equilíbrio entre a vida das pessoas, seu sustento e o objetivo de salvar vidas”, disse o ministro durante uma entrevista coletiva virtual. Ele afirmou ainda que a economia sul-africana continua fortemente afetada pela pandemia. O ministro afirmou que espera que “o toque de recolher não volte nunca mais”.
As metas agora são manter o uso de máscara, distanciamento social e acelerar a vacinação, que hoje está em um ritmo lento –a população da África do Sul é de 59 milhões, e 15,6 milhões foram vacinados.
Na quinta-feira, a presidência informou que os indicadores sugerem que o país ultrapassou o pico da quarta onda da pandemia, causada especialmente pela nova variante, muito mais contagiosa.
Foi constatado um aumento marginal no número de mortes em todas as províncias, segundo a presidência.
Na última semana, as novas infecções caíram quase 30% em relação à semana anterior, passando de 127.753 para 89.781. Também houve queda de internações hospitalares em oito das nove províncias.
“Embora a variante ômicron seja altamente transmissível, as taxas de hospitalização têm sido menores do que nas ondas anteriores”, disse a presidência.
Maior velocidade de transmissão
Já detectada em uma centena de países, a ômicron tem uma velocidade de transmissão maior que a delta, mas, ao mesmo tempo, parece causar menos risco de hospitalização, de acordo com os primeiros estudos na África do Sul e no Reino Unido.
Mesmo assim, cientistas alertam que seu alto potencial de infecção pode neutralizar essa aparente baixa virulência, causando também uma onda significativa de internações e mortes.
“A velocidade com que a quarta onda ligada à ômicron cresceu, atingiu o pico e caiu é desconcertante. Um pico em quatro semanas e uma queda vertiginosa em duas”, tuitou Fareed Abdullah, do Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica.
A África do Sul é oficialmente o país mais atingido no continente africano, com mais de 3,4 milhões de casos e 91 mil mortes. Menos de 13 mil casos foram registrados nas últimas 24 horas, metade do pico de 26 mil alcançado nesta última onda.
Fonte: g1
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