AGU Processa Médico por Fake News sobre Mamografia e Pede R$ 300 Mil por Danos Morais Coletivos

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Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma Ação Civil Pública contra o médico Lucas Silva Ferreira Mattos, acusando-o de disseminar desinformação sobre a mamografia. Em suas redes sociais, onde possui mais de 1,3 milhão de seguidores no Instagram e 22 mil no YouTube, o médico afirmou que o exame aumentaria a incidência de câncer de mama, declaração que contradiz evidências científicas consolidadas.

A ação, protocolada na Justiça Federal de Minas Gerais, pede a condenação do médico ao pagamento de R$ 300 mil por danos morais coletivos. Além disso, solicita que ele seja obrigado a apagar as postagens enganosas e a publicar conteúdo educativo sobre a mamografia, produzido pelo Ministério da Saúde. O material correto deverá ser republicado em outubro, durante a campanha do Outubro Rosa, que promove a prevenção ao câncer de mama.

Impacto da Fake News na Saúde Pública

AGU, por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), argumenta que a propagação de informações falsas pode desestimular milhares de mulheres a realizarem o exame preventivo, prejudicando as políticas públicas de enfrentamento ao câncer de mama.

“Declarações desinformativas que levem ao descrédito de um dos exames essenciais (mamografia) afrontam o direito à saúde e à informação íntegra, tornando ineficientes políticas públicas voltadas à detecção precoce do câncer de mama”, destaca um trecho da ação.

A Mamografia e a Evidência Científica

nota técnica do Ministério da Saúde, anexada ao processo, reforça que a mamografia é um exame fundamental para o diagnóstico precoce da doença. O documento recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos, conforme diretrizes adotadas por diversos países para reduzir a mortalidade por câncer de mama.

“Esse exame pode ajudar a identificar o câncer de mama antes do surgimento de sintomas. Sua periodicidade bienal baseia-se na evidência científica do benefício na redução da mortalidade feminina”, destaca o Ministério da Saúde.

A Responsabilização pela Desinformação

A ação da AGU representa um marco na luta contra a desinformação em saúde, especialmente em tempos em que redes sociais se tornaram canais de grande alcance para disseminação de fake news. A responsabilização de influenciadores e profissionais de saúde por declarações enganosas visa proteger a saúde pública e garantir que a população tenha acesso a informações corretas e baseadas na ciência.

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Por Ezequiel Oliveira / Saúde no Ar/ Foto: © José Cruz/Agência Brasil


 

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