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Alemanha diz que acolherá migrantes se Itália mantiver empenho

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BERLIM, 11 NOV (ANSA) – O governo da Alemanha afirmou nesta sexta-feira (11) que vai seguir respeitando o mecanismo da União Europeia para redistribuição de solicitantes de refúgio, mas apenas enquanto a Itália mantiver o compromisso de acolher migrantes socorridos no mar.   

A declaração chega em meio à crise diplomática entre Itália e França por conta do navio humanitário Ocean Viking, da ONG SOS Méditerranée, que foi impedido de atracar em portos italianos com 234 migrantes a bordo e teve de navegar cerca de mil quilômetros até a cidade francesa de Toulon.   

“Continuaremos a nos ater ao mecanismo de solidariedade com os países que permitem a chegada de migrantes socorridos no mar.   

Isso vale expressamente para a Itália, que permitiu o desembarque de três navios [Geo Barents, Humanity 1 e Rise Above]”, disse à ANSA um porta-voz do Ministério do Interior alemão.   

“Seguiremos adiante com nosso apoio enquanto a Itália mantiver a responsabilidade no acolhimento de migrantes salvos no mar”, acrescentou. Cerca de 80 das 234 pessoas resgatadas pelo Ocean Viking serão realocadas em cidades alemãs após o desembarque na França.   

A Itália é a principal beneficiária do mecanismo de redistribuição, que está em vigor desde 2015, enquanto a Alemanha é a maior contribuinte. Por conta do caso Ocean Viking, a França suspendeu um acordo para acolher 3,5 mil solicitantes de refúgio presentes hoje em solo italiano e pediu para Berlim fazer o mesmo, mas não foi atendida.   

De acordo com o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 89,8 mil migrantes forçados via Mediterrâneo em 2022, crescimento de 56% sobre o mesmo período do ano passado. 

A maior parte dessas pessoas, no entanto, segue viagem rumo a países ao norte, como a Alemanha e a própria França, que até agosto contabilizavam 238,7 mil e 134,4 mil solicitantes de refúgio, respectivamente, segundo o gabinete de estatísticas da UE, contra 61,8 mil da Itália.   

Já o último relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) aponta que, no fim do ano passado, a Alemanha abrigava cerca de 1,3 milhão de refugiados, a França, 500 mil, e a Itália, 145 mil. (ANSA).   

Fonte: Isto é