As operações no Polo Industrial de Camaçari representam cerca de 10% de toda produção e contribuem com R$ 3,5 bilhões na arrecadação de impostos
Mesmo com a indústria química global passando pelo ciclo de baixa mais desafiador das últimas três décadas, a Braskem, petroquímica que desenvolve soluções sustentáveis da química e do plástico, segue avaliando constantemente oportunidades que fortaleçam a cadeia produtiva, com investimentos em inovação, eficiência operacional e energética. Somente no ano passado, foram aplicados R$ 1,2 bilhão em ações de manutenção e melhoria de processos nas operações da Bahia. Em 2024, o montante foi de cerca de R$650 milhões.
Com iniciativas inovadoras, a empresa busca otimizar as operações e reduzir custos. Uma delas é a Central de Gestão de Ativos (CGA), que utiliza os conceitos de Control Tower, instalada na unidade Q1, em Camaçari. Esse sistema monitora em tempo real diversos equipamentos em todas as unidades industriais da Braskem no estado e analisa variáveis, tais como temperatura, vazão e vibração, desenvolvendo algoritmos que ajudam a prevenir possíveis falhas na operação. Ao correlacionar essas variáveis, é possível reduzir as interrupções não planejadas.
Competitividade – “Este é um dos exemplos, entre outros investimentos que vem sendo realizados para melhorar a ecoeficiência e reduzir custos de produção, evidenciando o compromisso da empresa em buscar melhores condições de operação em um cenário desafiador. A indústria tem feito sua parte”, explica Carlos Alfano, diretor industrial da Braskem na Bahia. Nos últimos dois anos, foram aplicados quase R$2 bilhões nas unidades da Braskem no estado. No entanto, muitos são os desafios enfrentados pela indústria baiana em busca de competitividade.
A ecoeficiência operacional e gestão de custos tem assumido um papel crucial para buscar um ambiente de negócios mais competitivo. O setor químico e petroquímico, conhecido como a indústria das indústrias por gerar produtos utilizados como insumos por outros setores, está enfrentando uma nova dinâmica global.
A demanda tem sido inferior às médias de anos anteriores porque as principais economias já não crescem nos mesmos patamares e há uma adição de capacidade de produção nunca vista no mundo, especialmente em regiões onde o principal insumo é o gás, matéria-prima mais barata, como nos Estados Unidos e Oriente Médio; ou em países fortemente subsidiados como a China, que definiu metas de autossuficiência para suas cadeias petroquímicas.
“Por compreenderem a relevância estratégica da indústria de base, os países donos das maiores economias mundiais vêm implementando fortes políticas públicas para incentivar o desenvolvimento de seus parques industriais e protegê-los. Os Estados Unidos e a China, as maiores potências econômicas mundiais, direcionam subsídios massivos para a indústria química e petroquímica”, destaca a diretora de Relações Institucionais da Braskem, Renata Bley.
Esse cenário de oferta excessiva de produtos importados derrubou a taxa de utilização das fábricas para os menores patamares dos últimos 34 anos no Brasil. Em 2024, a participação das importações sobre a demanda interna foi de 49%, índice recorde, enquanto as exportações brasileiras sofreram uma queda de quase 11%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). “Dado o momento mais delicado da indústria química local, urge a criação de uma política estruturante para o setor”, afirma Renata Bley.
No Brasil, foi criado o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), mas seus benefícios sofreram uma redução gradual nos últimos anos. O setor pleiteia a criação de um programa com medidas sólidas para garantir a sustentabilidade do setor a longo prazo e também a manutenção de importantes instrumentos de defesa comercial, como o Antidumping e a Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC), que permite a elevação tarifária temporária de alguns produtos importados. “São condições fundamentais para a indústria nacional enfrentar os obstáculos globais impostos pela nova realidade mundial”, complementa Bley.
Braskem na Bahia – Com oito unidades no estado e capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de produtos por ano, a Braskem gera mais de 5 mil empregos diretos e indiretos na Bahia. Ao todo, são mais de 13 mil empregos impactados, considerando o “efeito-renda” da operação local, número maior do que a população de 130 municípios baianos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estudos indicam que as operações da empresa na Bahia contribuem com R$ 3,5 bilhões na arrecadação de impostos e representam 10% da produção estadual. Essa estimativa é feita com base na Matriz de Insumo-Produto (MIP), ferramenta utilizada para inferir o impacto direto e indireto de um setor na economia.
A empresa tem importante contribuição também no desenvolvimento social local. Em 2024, foram investidos mais de R$ 1,3 milhão em 13 projetos sociais, com cerca de 9,2 mil pessoas beneficiadas de forma direta e indireta. As iniciativas foram realizadas em cinco municípios baianos: Camaçari, Candeias, Dias d’Ávila, Simões Filho e Salvador.
Os esforços são direcionados para projetos nas áreas de economia circular e mudanças climáticas; educação profissional e tecnológica; e inclusão social, com o objetivo de apoiar a transformação de realidades e o empoderamento das pessoas. Entre os projetos, destacam-se o Corais de Maré, que utiliza o plástico e outros produtos para recuperar corais nativos da Baía de Todos-os-Santos; o Plastitroque, que promove o descarte consciente e a reciclagem nas comunidades, e o Empreendedoras Braskem, que capacitou quase 100 mulheres para empreender.
Fonte: Bahia.ba / Foto: Braskem/assessoria