“Gal revolucionou a cultura brasileira com sua expressão, voz e presença física”, afirma diretora do filme em homenagem a cantora

Bahia Brasil cultura

Terça-Feira, 03/10/2023

Por Alexandre Brochado / Carine Andrade

O público jovem que assistir o filme “Meu Nome é Gal” terá a oportunidade de ver “a potência absurda que ela era na juventude e que ninguém sabe, ninguém conhece”. Quem garante isso é a diretora Lô Politi que, em entrevista ao Bahia Notícias, na noite desta segunda-feira (02), durante a pré-estreia do filme no Cine Glauber Rocha, revelou que não houve modificação no roteiro em função da morte da cantora, em novembro de 2022.

De acordo com Lô Politi, que participou do pré-lançamento do longa ao lado da atriz Sophie Charlotte, o ator Luis Lobianco e da também diretora Dandara Ferreira, mesmo que fosse um desejo da equipe, não haveria tempo hábil para mudanças no roteiro original porque “por tratar-se de um filme de ficção, ele não é passível de modificação, mesmo diante de um fato tão grande quanto esse”.

O que as novas gerações verão na tela, ela explica, é a história inspiradora de uma menina de 20 e poucos anos que “transformou uma geração de pessoas, especialmente mulheres, com a presença, com a força da expressão, com o corpo, a voz e com a presença física. Isso é muito mágico e inspirador quando você é muito jovem”, afirma. “Meu Nome é Gal” retrata os anos de 1966 a 1971, época em que o País vivia sob o regime militar. Gal Costa, junto com artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia criou o movimento tropicalista, que revolucionou o cenário cultural brasileiro.

Segundo Lô Politi, escolher esse recorte foi o objetivo desde o princípio, como forma de mostrar o momento do Brasil e do mundo. “A cultura no Brasil estava absolutamente reprimida. Era a repressão aqui, e no mundo era a transformação”. Na opinião da diretora, os mais jovens talvez não se interessassem em conhecer uma Gal Costa com 35, 40 ou 50 anos de idade “mas, sim, uma Gal Costa de 20 e poucos anos porque, desta forma, será possível criar elementos de identificação”.

Nascida em Salvador, Gal Costa era considerada um ícone da música e uma das maiores intérpretes da MPB (Música Popular Brasileira). Com 57 anos de carreira musical, ela gravou mais de 30 álbuns e ganhou prêmios importantes, entre eles, o Grammy Latino.

Sobre a forma como o elenco recebeu a notícia da morte da artista, Lô Politi contou que era desejo de todos homenagear a cantora, mas que o filme é de ficção do começo ao fim. “Então, a gente sentiu a necessidade de alguma maneira homenagear a Gal no filme. A gente voltou para ilha do filme para inserir uma homenagem nossa, mas como uma homenagem fora do corpo do filme porque na dramaturgia não é passível de modificação”, frisou. O longa chega aos cinemas no dia 12 de outubro.

Fonte: Bahia Noticias

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