Nações como Brasil e Nepal estariam ameaçadas de crise pandêmica como a da Índia, que já registra 22 milhões de infecções com o coronavírus, adverte diretoria da Organização Mundial da Saúde.
Sábado, 8 de maio de 2021
No contexto da pandemia de covid-19, o diretor do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, alerta que em outros países já está se desenvolvendo uma situação semelhante à da Índia.
“Esse vírus tem enorme energia de propagação, tem força de contágio gigantesca, e precisamos desacelerar a disseminação”, declarou nesta sexta-feira (07/05) em Genebra. Embora não tenha citado nomes, mais tarde o presidente da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mencionou o Brasil e o Nepal, entre outros.
No entanto, as vacinações por si não são resposta suficiente, acrescentou Ryan: até que haja doses suficientes, os países devem continuar fazendo o que provou ser eficaz. Ele citou como exemplo a África do Sul, que conseguiu basicamente controlar uma variante perigosa do coronavírus. Por isso devem-se reduzir os contatos humanos em espaços apertados, sem higiene manual nem máscaras e, ainda por cima, com má ventilação.
Não é questão de amor ao próximo
O epidemiologista irlandês apontou ainda a produção insuficiente e a distribuição desigual dos imunizantes pelo mundo. Segundo dados da OMS, 1,2 bilhão de doses já foram ministradas em todo o mundo, porém 80% se destinou aos cidadãos dos países ricos, e apenas 5 milhões chegaram até os mais pobres.
Por sua vez, Tedros apelou às nações industrializadas ricas para que doem mais doses da vacina de covid-19. Não se trata de um ato de amor ao próximo, mas sim do interesse delas próprias: do contrário, podem desenvolver-se novas variantes em outros locais, desencadeando novas ondas globais de contágio.
Pelo terceiro dia em seguida, a Índia registrou mais de 400 mil novos casos e 4.187 mortes relacionadas ao Sars-Cov-2. O pico dos registros foi na sexta-feira, com mais de 414 mil em 24 horas. O número de infecções já chega a 21,9 milhões, o segundo mais alto depois dos Estados Unidos, e as autoridades já contam quase 240 mil óbitos. Informações do site DW.