Nick Gessler/Duke University

Cientistas canadenses encontram dois novos minerais em meteorito

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Pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, encontraram dois novos minerais em um meteorito de 15 toneladas, o El Ali, catalogado em 2020, na Somália. As substâncias foram aprovadas pela Associação Internacional de Mineralogia, em novembro deste ano, e receberam os nomes de Elaliita e Elkinstantonita.

A descoberta foi feita a partir de uma amostra de 70g da rocha espacial, enviada aos cientistas. Em laboratório, o grupo de pesquisa constatou que algumas partes do material não podiam ser identificadas via microscópio, dada a composição química inédita.

De acordo com o geólogo e professor da universidade Chris Herd, um experimento da década de 1980 chegou a criar um material sintético com estrutura semelhante, o que facilitou a identificação dos minerais.

“Isso foi fenomenal. Na maioria das vezes, dá muito mais trabalho dizer que há um novo mineral”, afirmou Chris em comunicado da instituição de ensino.

As duas novas estruturas são formadas por um composto em comum: o fosfato de ferro. “É isso que torna emocionante: neste meteorito, em particular, você tem dois minerais oficialmente descritos que são novos para a ciência”, reforçou o geólogo.

Origem dos nomes

Os minerais receberam os nomes de Elaliita e Elkinstantonita em homenagem, respectivamente, à rocha espacial em que foram encontrados e à pesquisadora Lindy Elkins-Tanton, responsável pela missão Psyche, da Agência Espacial Americana (Nasa), que investigará asteroides do Sistema Solar.

“Lindy estudou muito sobre como os núcleos dos planetas se formam, como esses núcleos de ferro-níquel se formam, e o análogo mais próximo que temos são os meteoritos de ferro. Por isso, fazia sentido nomear um mineral com seu nome e reconhecer suas contribuições para a ciência”, explica o geólogo.

Os pesquisadores trabalham, ainda, com a possibilidade de encontrar outros minerais inéditos no meteorito El Ali, a depender das amostras enviadas para análise.

De acordo com Chris Herd, a rocha espacial foi levada para a China por causa de um potencial comprador. O geólogo ainda não sabe se novos pedaços estarão disponíveis para continuidade da pesquisa.

Enquanto isso, a equipe estuda os novos minerais para compreender as condições que permitiram a criação.

“Sempre que há um novo material conhecido, os cientistas de materiais também se interessam pelos usos potenciais que ele pode ter em uma ampla gama de coisas na sociedade”, explicou o geólogo.

Fonte: Metrópoles